29 de março de 2009

Em sua 3ª. edição, o “Grande Ato Público em Defesa da Vida” lotou a Praça da Sé

Vista parcial do público na concentração anti-aborto na Pça. da Sé (capital paulista)

Paulo Roberto Campos

A um sinal meu, o motorista do táxi abriu a porta. Entrei e cumprimentei:

— Boa tarde!

— Aborto é uma lei assassina! –– respondeu o taxista.

Estranho esse cumprimento! Muito estranho, mas perfeitamente compreensível em quem presenciara a grande manifestação anti-aborto, ocorrida ontem (28-03-09) no centro da capital paulista. O taxista, que faz ponto na praça da Sé, percebera que eu estava saindo da manifestação, e perguntou-me se tudo tinha transcorrido bem.

— Muito bem! Foi ótimo!

— Mesmo eu estando de fora, deu para notar o engajamento do povo.

— É verdade! Gente entusiasmada, vinda de diversos bairros e até de outras cidades, para manifestar seu repúdio à legalização do aborto. O Sr. classificou muito bem: “lei assassina”.

Até o táxi parar diante do prédio onde moro, a conversa versou sobre a questão do aborto no Brasil, e sobre o ato que tinha se encerrado havia pouco na praça da Sé. Assim como o cumprimento inicial, a despedida também foi estranha, reveladora de uma nova mentalidade que está nascendo:

— Bom fim de semana! –– disse eu.

— Para o senhor também. Viva a vida!

Não pude deixar de responder, usando essa nova forma de despedida: — Viva a vida!

Esse pequeno fato é apenas um exemplo, entre milhões, de quanto o povo brasileiro reprova a prática abortiva. O que confere com o resultado de uma pesquisa de opinião do Datafolha constatando que 87% da população são contrários ao aborto.
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A 3ª edição do Grande Ato Público em defesa da Vida foi organizada pelo Comitê Estadual do Movimento Nacional em Defesa da Vida – Brasil sem Aborto, e contou com a participação de várias associações pró-vida.

Após o Hino Nacional, a advogada Marília de Castro, coordenadora estadual, abriu o evento diante de um público estimado em mais de 10 mil pessoas. Um grande ato — sinal da crescente reação contrária à aprovação do aborto no Brasil — que, entretanto, foi pouco noticiado pelos órgãos da mídia. Muitos participantes comentaram que já contavam com a sabotagem dos grandes órgãos de imprensa, pois encontra-se dominada pela ideologia esquerdista-abortista.

Dra. Marília de Castro, dirige-se ao público, dando início ao evento

No palco montado na espaçosa praça, expressaram sua posição anti-aborto representantes de diversos setores da sociedade civil e religiosa. Sob diferentes aspectos, demonstraram como a vida deve ser defendida desde a concepção até a morte natural; conclamaram a todos para atuar na defesa da vida desde a concepção; e pediram para se manterem alertas; manifestando-se sempre contrários a projetos de lei abortistas.

No momento, o Dr. Cícero Harada (presidente da Comissão da Defesa da República e Democracia, da OAB-SP) dirigindo-se aos partipantes

Fragorosas derrotas da “bancada do aborto”

Muitas e muitas páginas seriam necessárias para reproduzir tudo o que foi expresso pelos diversos oradores. Na impossibilidade de o fazer, apresento apenas este breve resumo, para informar o leitor sobre o andamento do Projeto de Lei abortista (PL 1195/91), o qual constitui prioridade de governo para a bancada petista.

No dia 3 de maio de 2008, o projeto abortista foi rejeitado na Comissão de Seguridade Social e Família por 33 votos contra zero. Dois meses depois, no dia 9 de julho, foi novamente rejeitado na Câmara dos Deputados (Comissão de Constituição e Justiça), desta vez por 57 x 4. Nas duas votações, a maioria dos parlamentares pró-aborto, percebendo que seriam derrotados, retiraram-se do recinto...

Devido à flagrante derrota, deveria o projeto ser considerado inconstitucional e arquivado. Entretanto, o deputado (e ex-guerrilheiro) José Genoíno, por manobras regimentais, obteve a reabertura dele para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados — o que poderá ocorrer proximamente.

Assim como os anteriores atos anti-aborto realizados em São Paulo e em outros estados influenciaram na votação, da qual resultaram duas derrotas para a bancada abortista, esta terceira manifestação poderá também influenciar beneficamente o Congresso Nacional para derrotar definitivamente o nefando PL 1195/91.

Lei do aborto: a “descriminalização do crime”

Se a bancada petista obtiver vitória, poderá ser legalizado o aborto no Brasil em qualquer caso, e até o 9º mês de gravidez! (desde a concepção até o momento do parto). Seria, portanto, a legalização do crime em sua forma extrema.

Assim sendo, os oradores conclamaram todos os presentes a demonstrar o repúdio da imensa maioria dos brasileiros à legalização do aborto; e também pressionar os congressistas a votarem contra. A causa pela vida poderá assim obter a vitória no plenário da Câmara, apesar das manobras dos deputados e do lobby internacional pró-aborto.

Os que pretendem tornar legal a matança de nascituros inocentes não descansarão enquanto não conseguirem alcançar seu nefando intento. Não descansemos também nós, até conseguirmos a vitória definitiva: impedir a descriminalização do crime do aborto. Uma lei assassina, como a definiu o motorista de táxi.

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PS: Seguem algumas fotos que ontem tirei desse evento. Para ampliá-las, basta fazer um click sobre elas. Os que desejarem receber em alta resolução (para alguma publicação, por exemplo) alguma(s) dessas ou outras fotos, peço comunicar-me por e-mail (abaixo). Terei prazer em atendê-los.

prccampos@terra.com.br

http://blogdafamiliacatolica.blogspot.com/










Na foto acima, a Dra. Alice Teixeira (professora associada de Biofísica da UniFESP/EPM, na área de Biologia celular) usou uma camiseta negra, segundo ela, em sinal de luto pelos milhões de nascituros mortos pelo aborto em nosso País. Encerrou suas palavras com um belo conselho: "Finalmente, eu pediria que todos os católicos rezem o terço pedindo que o Brasil fique livre do crime do aborto e pedindo a conversão dos abortistas".

27 de março de 2009

“Estrondo publicitário” para denegrir a Igreja e favorecer a legalização do aborto no Brasil


Paulo Roberto Campos

Um oceano de tinta já se gastou para tratar do caso da menina de 9 anos, estuprada por um monstro (o padrasto) em Alagoinha (PE), e que ficando grávida de gêmeos foi obrigada, contra a vontade dos pais (1), a abortar seus dois bebês. Portanto, não vou aqui relembrar tudo que se passou e pulo diretamente para o fim da história.

No final, quem realmente saiu castigado? Os inocentes! Condenados à pena de morte sem apelação, os dois bebês foram rapidamente executados por mãos inescrupulosas. Seus assassinos estão soltos. A justiça humana não condenou os homicidas, mas a Justiça Divina não falha NUNCA. Rezemos para que tais criminosos possam, no final desta vida, comparecer arrependidos ao Juízo de Deus do crime praticado — arrependidos do grave pecado contra o 5º Mandamento da Lei Deus que ordena “Não Matarás”.

Sobrou soberba e faltou competência
Neste caso, todo mundo quis pontificar, mesmo aqueles que não entendiam nada de nada. Incontáveis jornalistas saíram por aí “palpitando”, falando e escrevendo sobre o que ignoravam completamente. Muitos, como papagaios, repetiam o que liam ou ouviam dos meios de comunicação. Como tais meios falseavam os fatos, o alarido aumentava ainda mais, os boatos multiplicavam-se. Criticando a posição da Igreja, ministros e políticos não perderam a oportunidade de aparecer na tevê. Até o presidente da República teve a pretensão de querer “ensinar o Pai Nosso ao Arcebispo”... (D. José Cardoso Sobrinho), dizendo “a medicina está mais correta que a igreja” (sic!). Ele bem que poderia pensar um pouquinho antes de “dogmatizar”..., ou então ser coerente e não ficar se dizendo “católico” só para enganar os fiéis à Igreja Católica e obter seus votos. Um bom conselho deu-lhe o Arcebispo de Olinda e Recife, dizendo que Lula “deveria procurar assessoria teológica para falar com mais propriedade sobre religião...”.

Recado ao Presidente: Da próxima vez, Senhor Presidente, lembre-se: as leis humanas só são corretas se estiverem de acordo com a Lei Natural e as Leis Divinas. A não ser que o senhor seja adepto do princípio de que os fins justificam os meios... Se isso fosse verdade, realmente os inocentes gêmeos poderiam ser privados do direito à vida.

“Menti, menti, alguma coisa sempre ficará”
A mídia esquerdista — ou seja, abortista — quis aproveitar desse “affaire-Alagoinha” para tentar reverter a posição da imensa maioria dos brasileiros que são contrários ao aborto. Para alcançar tal objetivo, todas as tubas midiáticas puseram-se a criar sensacionalismos, desinformar, deturpar, esbravejar, caluniar, mentir. — “Menti, menti, alguma coisa sempre ficará”, dizia o ímpio Voltaire. Todas as armas foram utilizadas para fazer demagogia barata, ocultar os fatos como eles realmente se passaram. Ficou claro, sobretudo, que praticamente todos os órgãos da mídia obedeciam a uma única “palavra de ordem”: denegrir ao máximo a Igreja Católica. “Esmagai a infame (a Igreja)”, repetia constantemente o mesmo ímpio acima citado.

A Santa Igreja, que entrou no caso de Alagoinha apenas como Advogada dos gêmeos para salvar a vida dos inocentes, foi tachada de cruel, sanguinária e inquisitorial, que voltou toda sua cólera para fulminar os envolvidos no aborto dos dois nascituros. Nesse sentido, um bombardeio de reportagens, entrevistas, notícias e comentários foi desfechado no Brasil e no mundo inteiro. Negaram à Igreja até mesmo o tão propalado direito à “liberdade de expressão”. Todo mundo podia opinar como bem entendesse (ou não entendesse...), mas a Igreja NÃO! JAMAIS! Em nome da “liberdade de expressão”, todo mundo ainda está tendo direito de esbravejar contra a Igreja e seus ensinamentos morais, exceto aqueles que procuram defendê-la. Esses não têm direitos nem espaço na mídia e são tachados de fundamentalistas.

Infelizmente, até eclesiásticos (progressistas, é claro) contribuíram para denegrir a própria Mãe, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, emitindo pareceres incoerentes, “límpidos” como a lama... O que contribuiu para aumentar ainda mais a confusão no rebanho católico.

Foi uma gritaria universal para denegrir a moral católica e, ao mesmo tempo, uma gigantesca manobra, diabolicamente bem articulada, para levar parte da população — que até o presente considerava o aborto um crime hediondo — a não se opor à descriminalização da prática abortiva no Brasil.

Uma armação sinistramente montada
Neste caso da menina, acompanhei tudo passo a passo e esperei um pouco baixar a poeira do “estrondo publicitário”. Agora, tendo passado a comoção geral, somando e subtraindo, a conclusão que se pode chegar é que todo este affaire-Alagoinha foi uma tremenda armação. Uma conspiração de todas as forças pró-aborto (inclusive do exterior) que já contava com o show publicitário na grande mídia.(2)

Nunca vi algo semelhante! Todos os holofotes dos meios de comunicação focalizaram, no caso da menina, apenas o aspecto emocional, exagerando ao máximo a questão da pena de excomunhão, para comover a opinião pública e, assim, arrastar parte dela para a causa abortista.

Tal intenção e as etapas do processo ficaram evidenciadas: primeiramente levar os brasileiros a aceitar o aborto neste caso concreto (uma menina de 9 anos, estuprada, que, segundo os abortistas, corria risco de vida) (3); depois levá-los a aceitar o aborto em outros casos; finalmente, em qualquer circunstância, mesmo em casos de mulheres em perfeita saúde, adultas, não estupradas e que não correm qualquer risco de morrer. De maneira que o caso da pequena de Alagoinha foi o pretexto montado e explorado para formar um consenso pró-abortamento e, assim, obter a ampliação da lei do aborto, permitindo-o, mais tarde, em qualquer período da gravidez, até mesmo no 9º mês.

Trata-se de uma estratégia muito empregada em diversos países pelo lobby internacional pró-aborto (4) — com o qual o PT está comprometido e que conta com grupos de pressão e várias ONGs. Eis as etapas da ardil estratégia:
1º.) Enganar a população com casos sensacionais;
2º.) Criar um clima contrário aos movimentos pró-vida;
3º.) Enfraquecer o apoio que esses movimentos recebem na opinião pública;
4º.) Por etapas, ir levando as pessoas a achar normal (“um direito da mulher”) aquilo que antes era considerado um crime hediondo;
5º.) Aquilo que era julgado como um assassinato, passa a
ser tido como“uma mera interrupção da gravidez”;
6º.) Por fim, processivamente, chegar à legalização total e completa da prática abortiva.

Investida fanática e virulenta contra a Igreja Católica
Assim sendo, assistimos nesses dias não apenas a um casinho ocorrido numa pequena cidade do interior do Pernambuco, mas a uma fanática e virulenta perseguição à Igreja Católica e a todos aqueles que desejam levar uma vida coerente com sua doutrina e sua moral. O “espetáculo midiático” procurou inclusive dividir os católicos, jogando uns contra os outros — os que seguem os ensinamentos do Magistério da Igreja e os que o relativizam, ou mesmo pouco se importam com tais ensinamentos. Lamentavelmente, muitos incautos caíram nessa armadilha. Não sejamos bobos! Estejamos, pois, unidos, atentos e reativos em nossa luta para impedir a legalização do aborto no Brasil. O que seria uma maldição para nosso País!

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Notas:
(1) Os pais da menina (Erivaldo Francisco dos Santos e Esmeralda Aparecida Bezerra), muito contrários ao aborto, foram pressionados por ativistas — comprometidos com ONGs feministas que defendem a causa abortista — a autorizar o aborto. Os pais, pessoas muito simples que não sabem ler nem escrever, foram procurados pela assistente social Karolina Rodrigues, ameaçando que a filha morreria se não abortasse rapidamente — o que não correspondia à verdade, como veremos. Mais tarde, a própria assistente social confessou que não tinha competência para explicar questões médicas relativas ao estado em que a menor encontrava-se. Naquele momento, nenhum médico apareceu para explicar... A mãe afirmou: “Pensava que o aborto não era correto, mesmo naquele caso, e que ninguém tinha o direito de tirar a vida de ninguém”. Entretanto, baldeada por grupos de pressão, acabou dando a autorização fatal.

(2) Durante todo o tempo desse “estrondo publicitário”, fui selecionando documentos, notícias e artigos, e pretendo, nos próximos dias, postar alguns em nosso blog. Creio que vale a pena, sobretudo, alguns documentos que justificam minhas afirmações, pois nossos leitores não os verão publicados na grande mídia... — devido à censura das conhecidas “patrulhas ideológicas”.

(3) O Dr. Antonio Figueira, diretor do IMIP (Instituto Materno-Infantil de Pernambuco), afirmou que a menina não corria risco iminente de vida e que, se os pais não quisessem realizar o aborto, ela poderia levar a gestação a termo se fossem oferecidos os cuidados necessários de que seu quadro necessitava.

(4) A respeito, a “Comissão de Cidadania e Reprodução” (CCR) não esconde que isso faz parte da agenda para o Brasil da própria “Fundação MacArthur” (poderosa organização que financia com de milhões de dólares várias ONGs que atuam na implantação do aborto no Brasil):
“Estes momentos críticos são usados pelo movimento feminista como uma oportunidade de promover o debate público e esclarecer argumentos a favor da descriminalização do aborto”.
http://www.pesquisasedocumentos.com.br/MacArthur.pdf


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PS: Atenção: Relembrando o convide já feito, não deixe de comparecer à concentração na Praça da Sé. Não esqueça de convidar também seus Familiares e Amigos. Será até uma boa ocasião para manifestarmos — além de nossa repulsa à legalização do aborto no Brasil — nossa inconformidade com o “Estrondo publicitário”, sobre o qual tratamos acima, bem como uma demonstração de que nossa fé não ficou vacilando com os recentes ataques proferidos contra a Igreja Católica.


Será no próximo sábado,
dia 28 de março,
às 10 horas da manhã!