29 de agosto de 2011

As ameaças à Instituição do Casamento Tradicional, desde a Antiguidade até os dias de hoje

No próximo dia 5 de setembro, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira irá promover mais uma palestra que abordará um tema atual e muito importante: As ameaças à Instituição do Casamento Tradicional, desde a Antiguidade até os dias de hoje.


Está vindo de Coimbra, Portugal, um grande especialista na matéria, o Prof. David Magalhães. Ele é professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, com mestrado e doutorado em Ciências Jurídico-Históricas. Recebeu diversos prêmios acadêmicos em Portugal, é autor de vários livros, inclusive sobre a questão do chamado “casamento” homossexual, e articulista em importantes periódicos em Portugal.


Hoje em dia, a frase “casamento é uma instituição falida” está na boca de muitos e tem consequências gravíssimas para a sociedade baseada nos princípios cristãos.


Por mais que surjam grupos empunhando a bandeira do hedonismo, pregando o “amor livre”, o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, nós sabemos que tudo isso é contrário a Lei de Deus.


Os lobbistas homossexuais pregam que a união entre dois homens ou duas mulheres é aceita e amparada por lei desde os primórdios da civilização.


Entretanto nosso palestrante irá demonstrar exatamente o contrário, que este tipo de união NUNCA teve amparo na Lei, principalmente entre os romanos, berço da civilização moderna.


Quando nos referimos à união entre pessoas do mesmo sexo, isso engloba “casamentos”, adoções de crianças, heranças, etc…


Faça sua inscrição, sem custo algum, para assistir a palestra sobre o casamento tradicional. Você irá entender que o desenvolvimento desse ato sagrado entre um homem e uma mulher só contribuiu para o fortalecimento da nossa sociedade. Para isto click em:


PARA A PRÓXIMA 2ª. FEIRA, ANOTE EM SUA AGENDA:
Data: 5 de setembro de 2011                          Horário: 19h00
Local: Golden Tulip Paulista Plaza
Alameda Santos, 85 – Jardins – São Paulo
Mapa do local: http://bit.ly/mYFKvM              Palestrante: Dr. David Magalhães 

26 de agosto de 2011

Convite aos Diletos Amigos Brasilienses: Dia 31 de agosto — Manifestação Anti-Aborto


No dia 31 de agosto (próxima quarta-feira) realizar-se-á na Capital Federal a 4ª MARCHA NACIONAL DA CIDADANIA PELA VIDA, organizada pelo Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil Sem Aborto.


Local: Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a partir das 15hs.


Não deixe de convidar também a seus amigos e conhecidos que residem na Capital e/ou aqueles que para lá puderem viajar a fim de participar deste importante evento em defesa do nascituro inocente, mas condenado à morte em razão de leis deste mundo neo-pagão.


Assista o convite feito pela Dra. Lenise Garcia, presidente do movimento organizador:





24 de agosto de 2011

Mobilização contra o aborto e outros fatores corrosivos da instituição familiar

Prof. Hermes Rodrigues Nery e família, no encerramento do I Congresso Internacional em Defesa da Vida
Entrevista com o Prof. Hermes Rodrigues Nery, publicada na revista Catolicismo deste mês sobre ação empreendida no Vale do Paraíba (SP) que vem crescendo e poderá estender-se pelo Brasil autenticamente católico.


Em nossa época de indiferentismo religioso, a doutrina católica não só é denegrida pelos seus adversários, mas tantas vezes desobedecida até pelos próprios seguidores. Poucos se destacam na luta contra a maré relativista e o neopaganismo. Um deles é o Prof. Hermes, que concede esta entrevista a Catolicismo.


Ele é coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e do Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté (SP); diretor-executivo do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil Sem Aborto; coordenador da campanha São Paulo pela Vida; professor de bioética (pós-graduado pela PUC-RJ, em curso promovido pela CNBB e Pontifícia Academia para a Vida); catequista, pai de família, jornalista e escritor.
* * *
Catolicismo — Em meio a tantas ameaças e ataques à fé católica, especialmente no Brasil, enquanto muitos se deixam arrastar pelo relativismo, chegando até mesmo ao ateísmo, o senhor se destaca pelo entusiasmo que demonstra como uma das mais atuantes lideranças católicas do País. Uma vez que os ataques são intensos e sistemáticos contra a Igreja Católica em nossos dias, perguntamos: afinal, o que está sucedendo?
Prof. Hermes — O entusiasmo se mantém pela convicção da verdade de que a Igreja — provada por 2.000 anos — sustenta: uma verdade de amor que supera todos os equívocos da História; os enganos ideológicos que são como o “psiu” da serpente, que prometem a panacéia utópica de realidades temporais, a qual se transforma em pesadelos totalitários e inumanos. Daí a “pérola da verdade” que a Igreja mantém como sã doutrina que permanece rocha inconcussa, a confirmar o que Jesus assegurou a Pedro: “As portas do inferno não prevalecerão”. Mas esta convicção requer de nós pôr a mão no arado, carregar a cruz e seguir Nosso Senhor Jesus Cristo. Daí o sentido da missão evangelizadora ser cada vez mais exigente, em meio a tantos desafios.

Catolicismo — Quais são esses desafios?
Prof. Hermes — Gostaria de dizer como Chesterton: “Sou o homem que — com grande ousadia — descobriu apenas o que havia sido descoberto antes: a Igreja é o caminho seguro da salvação”. É o que a experiência mostra com fartos exemplos do cotidiano. “Fora da Igreja não há salvação!” Isso é de uma tão grande atualidade, que nos fortalece quando nos vemos na tempestade da pós-modernidade. E quando o barco em que estamos parece não dar conta de tão grandes ondas adversas, ouvimos a voz de Jesus – que anda sobre as águas e acalma o mar – a nos dizer repetidas vezes: “Não tenham medo!”.
O maior desafio, de todos eles, penso eu, é não se deixar levar pela correnteza daqueles que querem banir Deus do horizonte da História. E agora – mais do que nunca – é hora de reconhecermos que precisamos de Deus. Por isso rezamos e trabalhamos, para nos mantermos vinculados a Ele (daí o sentido da religião – re ligare), pois é este vínculo com o Altíssimo que irá garantir a vida eterna. Esta é a vida que nos interessa: a vida verdadeira.
O apelo pela defesa da vida foi feito pelo papa João Paulo II, em sua memorável encíclica Evangelium Vitae. A defesa da vida, portanto, é hoje prioridade na missão evangelizadora, para que a vida digna seja condição para a vida plena na eternidade. É nesse campo que sopra mais forte o Espírito Santo, a exigir de nós uma atuação coerente com o Evangelho.

Catolicismo — Que pontos relevantes o senhor destacaria na Evangelium Vitae e qual é a importância do apelo do Papa na defesa da vida?
Prof. Hermes,
coordenador da
Campanha São Paulo pela Vida,
faz pronunciamento
na tribuna da
Câmara Municipal de São Paulo
Prof. Hermes — A Evangelium Vitae é profética porque denunciou as novas ameaças à vida humana e as hostilidades contra a instituição familiar (e também contra a Igreja), demonstrando que tais ataques – cada vez mais intensos – não são espontâneos, mas planejados e sistematizados por poderosas forças culturais, políticas e econômicas, que têm como objetivo minar a sã doutrina católica, para relativizar e banalizar cada vez mais o sentido e o valor da vida, vulnerabilizando a pessoa humana a condições indignas de existência. Tais ataques fragilizaram a vida humana, de modo especial na fase nascente (com a tragédia do aborto) e no seu ocaso (com a eutanásia), dentro de um contexto político que o próprio Papa chamou de “conjura contra a vida”, em que forças ideológicas vão impondo estilos suicidas que se voltam contra o ser humano, agrilhoando-o a falsas necessidades e perversas ilusões.
Há um embate que o Papa chamou de “cultura da morte x cultura da vida”, em uma “guerra dos poderosos contra os débeis”. Realidade esta tão bem documentada e elucidada, por exemplo, por Edwin Black em seu livro “A Guerra contra os Fracos – A eugenia e a campanha norte-americana para criar uma raça superior”. Os mesmos institutos e fundações norte-americanos que naquela época investiram nas pesquisas nazistas por uma “higiene racial” da espécie humana (recorrendo às esterilizações), são os que hoje promovem o aborto e a eutanásia no Brasil e no mundo. Através da permissividade legislativa, os poderes constituídos vêm aprovando leis contra a vida: descriminalizando o aborto, autorizando a eutanásia, permitindo o uso de embriões humanos em pesquisas científicas, ferindo a dignidade sacramental do matrimônio ao legitimar uniões do mesmo sexo com o direito de adoção de crianças, negando assim o direito destas à insubstituível e imprescindível paternidade e maternidade indispensáveis à formação integral da pessoa humana. Por isso a Evangelium Vitae buscou sensibilizar os governantes e legisladores não apenas a elaborar e aprovar leis em favor da vida, como a sociedade de um modo geral a colocar-se ao lado da vida, na defesa do nascituro, do portador de necessidade especial, dos idosos, enfim, dos mais fragilizados do mundo, pois o que a Igreja quer é a vida para todos.

Catolicismo — A Igreja sofre com tudo isso, daí ser imprescindível a defesa da vida. Que forças ideológicas são estas que formam o que a Evangelium Vitae chamou de “cultura da morte”?
Prof. Hermes — A Igreja não apenas sofre com tudo isso, mas é atingida por estas forças ideológicas no que ela tem de mais sagrado. Há uma sutil estratégia no intuito de tentar corroer inclusive por dentro a instituição, os seus princípios e valores, com uma metodologia muito sofisticada: descaracterizando conceitos, dando outro sentido e significado àquilo que a Igreja sempre anunciou como valor de vida, relativizando e debilitando a moral cristã para viabilizar a aceitação de um ideário inteiramente anárquico. São forças antigas, antiqüíssimas, que já atuavam desde os primórdios da Igreja (a começar pela gnose), e que agora encontram na tecnologia e em tantos meios de manipulação dos mass media armas mais possantes, visando atingir os alicerces da Igreja, numa somatória de esforços, com investidas luciferinas, com o propósito de destruir a fé cristã. De todas as religiões, é a doutrina católica apostólica romana a que se quer mais atingir. Estas forças ideológicas (o laicismo de raízes maçônicas e também anarquistas, o ateísmo agressivo, o fundamentalismo ambiental, o feminismo radical, o cientificismo huxleano, etc.) têm sido difundidas e sustentadas por instituições, organismos sociais e empresas, com vasta ramificação em todo o planeta, direcionando seus dardos principalmente contra a Igreja Católica.

Catolicismo — Como vem ocorrendo esse processo?
Prof. Hermes — Na história recente, depois da Segunda Guerra Mundial, estas forças se intensificaram e passaram a atuar de modo mais sistematizado. Desde 1952, em departamentos da ONU — com o apoio crescente de grandes fundações internacionais (Rockefeller, Ford, entre outras — foi se estruturando no interior de muitas instituições, principalmente no meio universitário e das comunicações, e governos, um anticatolicismo que superou o anticlericalismo do passado, pois agora é a doutrina moral católica que está seriamente ameaçada. A líder feminista Frances Kissling, fundadora da OnG Católicas pelo Direito de Decidir — que é católica só no nome, para confundir — afirmou: “A perspectiva católica é um bom lugar para começar, tanto em termos filosóficos, sociológicos como teológicos, porque a posição católica é a mais desenvolvida. Assim, se você puder refutar a posição católica, você refutou todas as demais. Se você derrubar a posição católica, você ganha”.

Catolicismo — Nesta luta contra o aborto e tantos males que visam à degenerescência da família, não há necessidade de mover uma verdadeira cruzada?
Prof. Hermes — Sim. Trata-se de uma cruzada, no melhor sentido cristão. O apelo lançado pela Evangelium Vitae pela defesa da vida deve mobilizar a sociedade nesta nova frente de batalha. E rogamos a intercessão de São Miguel Arcanjo, pois vemos que os ataques contra a vida e a família são também ataques contra a Igreja. Mas é promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo de que ela não será inteiramente combalida. O próprio Catecismo afirma que “a consumação da Igreja e, através dela, a do mundo, na glória, não acontecerá sem grandes provações” (CIC, 769). É promessa de Jesus: ‘quem perseverar até o fim, será salvo!’” (Mt 10, 22).

Catolicismo — Sobre a tragédia do aborto, que interesses estão em jogo?
Prof. Hermes — A questão do aborto é a ponta do iceberg. Há um holocausto silencioso, vitimando a milhares de seres humanos a cada dia, em todas as partes do planeta; vidas ceifadas ainda no ventre materno, do modo mais cruento e doloroso, pois o inimigo de Deus tem sede do sangue inocente. “Estamos todos na realidade presos pelas potências que de um modo anônimo nos manipulam”, afirmou Joseph Ratzinger em seu livro Jesus de Nazaré. Essas potências que atuam “de modo anônimo” têm expressão nos centros privados do poder, nas grandes fundações (como as Organizações Rockefeller, a Ford, a MacArthur, a Buffet, a Gates, a IPPF, a Bemfam, o IPAS), na vasta rede de OnGs feministas que defendem os direitos sexuais e reprodutivos, em agências da ONU, etc., que querem “construir o mundo de um modo autônomo, sem Deus”; daí a obsessão pela manipulação da vida, com as possibilidades inquietantes em decorrência dos avanços biotecnológicos.
Depois da obsessão por uma libertação que primeiramente se expressou por uma utopia social, agora quer se chegar a uma libertação mais profunda, contra até mesmo as condições biológicas do ser humano. “Aqui se ultrapassou, por assim dizer, a teologia da libertação política com uma antropológica”, explicou Ratzinger em sua obra O Sal da Terra. Tais forças de poder atuam no esforço de um desmonte das estruturas civilizacionais do Direito natural, e na arquitetura de uma engenharia social, tecnicamente planejada para um completo domínio da vida. O controle populacional faz parte desta estratégia. O aborto, portanto, é um aspecto sombrio desta terrível realidade que o Papa chamou de “cultura da morte”. No Brasil, todas estas ideologias estão contidas no Plano Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3, que causou assombro e perplexidade entre vários setores da sociedade, quando foi lançado pelo governo federal, em dezembro de 2009.
O fato é que com o PNDH-3, os direitos humanos se transformam em palavra-de-ordem para justificar uma nova mentalidade e uma ordem mundial inteiramente amoral, em que a pessoa deixa de ser sujeito para se tornar objeto, destituída de humanidade, sem proteção e promoção, anulada em sua identidade e vítima de reducionismos aviltantes, em graus diferenciados de manipulação, que é a pior de todas as violências. Por isso a Igreja se posiciona em favor da vida, como fez valentemente Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, durante a campanha presidencial de 2010, denunciando o governo federal de estar comprometido com estas ideologias do mal, tão evidentes no PNDH-3.

Catolicismo — Como tem sido no Brasil o trabalho de mobilização para evitar a legalização do aborto e afirmar a cultura da vida, especialmente com ações da Igreja?
Prof. Hermes — Desde a publicação da Evangelium Vitae, tem havido iniciativas nesse sentido em muitas partes do mundo. No Brasil, após a aprovação da Lei de Biossegurança (março de 2005), esta mobilização vem crescendo. Têm surgido em várias dioceses comissões diocesanas em defesa da vida, grupos de estudos na área de bioética, movimentos de leigos comprometidos com o Evangelho da Vida. Na diocese de Taubaté, o nosso bispo Dom Carmo João Rhoden fundou, em 28 de outubro de 2005, o Movimento Legislação e Vida, que coordeno junto com o Pe. Ethewaldo Naufal L. Júnior; e também a comissão diocesana em defesa da vida. Realizamos vários seminários de bioética e um Congresso Internacional em Defesa da Vida, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (fevereiro de 2008). Desde então, junto com outras comissões diocesanas e demais grupos (como o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil Sem Aborto, que é suprapartidário e supra-religioso), estamos acompanhando em Brasília, os projetos de lei relacionados à vida e família que tramitam nas comissões do Congresso Nacional, bem como as deliberações no Supremo Tribunal Federal (como a ADIN 3510, a ADPF 54 e outras). Com um trabalho coordenado e integrado, temos conseguido importantes vitórias no campo legislativo. Em maio de 2008, por 33 x 0, o PL 1135/91, visando despenalizar o aborto no Brasil, foi rejeitado na Comissão de Seguridade Social e Família, e também posteriormente pela Comissão de Constituição e Justiça. Promulgamos ainda, no período em que fui presidente da Câmara Municipal de São Bento do Sapucaí (2009-2010), a primeira lei orgânica pró-vida do País, incluindo no texto constitucional local o direito à vida desde a fecundação até a morte natural, com diretrizes do humanismo integral, destacando que o direito à vida é o primeiro e o principal de todos os direitos humanos.

Catolicismo — Que outras ações têm sido empreendidas?
Prof. Hermes — A nossa diocese também lançou, em novembro do ano passado, a Campanha São Paulo pela Vida, que conta hoje com o apoio da Comissão Regional em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB. Esperamos através da iniciativa popular obter mais de 300 mil assinaturas para inserir na constituição do Estado de São Paulo o direito à vida desde a fecundação. Em nível federal, propusemos ainda no 4º Encontro Brasileiro de Legisladores e Governantes pela Vida, no começo deste ano, que os deputados federais da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Vida trabalhassem pela aprovação da PEC pela Vida, para através de emenda constitucional garantir o direito à vida de modo integral. O que já foi feito em nível municipal nós esperamos conseguir em âmbito estadual e, se Deus quiser, também nacional. Nesse sentido, há ainda esforços pela aprovação do Estatuto do Nascituro. Todas estas iniciativas mostram que a Igreja está viva e atuante, apesar das tantas dificuldades existentes. O nosso trabalho em nível diocesano é feito em comunhão eclesial com o Bispo, o padre assessor e os leigos. E também integrado a outros grupos que trabalham nesse sentido, pois diz o Catecismo claramente que “a missão de Cristo e do Espírito Santo realiza-se na Igreja” (CIC, 737). Superando os problemas, vamos buscando – fiéis ao Magistério da Igreja – estar mais disponíveis à graça de Deus, pois é Ele quem opera.

Catolicismo — Como são superadas as dificuldades?
Prof. Hermes — Santo Afonso de Ligório é enfático em dizer que a oração deve preceder a ação, para estabelecer o vínculo perfeito que propicie a abundância das graças, que somente Deus pode oferecer a quem a Ele recorrer sinceramente. É o lema de São Bento “ora et labora” que atualiza a pedagogia de Deus no mistério da Igreja, orante e militante, na defesa da vida humana, de modo integral, na dimensão soteriológica, com a perspectiva para a realidade última; pois a vida definitiva depende desta provisória, das nossas decisões e adesões que fazemos no dia-a-dia. E então somos levados a refletir: sobre que lastro construímos a nossa história? Nesse sentido, a Igreja confirma Jesus Cristo como “caminho, verdade e vida”. E é esta vida que defendemos: a vida nova proposta por Jesus, que começa aqui a ser edificada. Daí o imperativo bíblico tão atual: “Escolhe, pois, a Vida!”.

23 de agosto de 2011

Alguém ainda acredita na “lenda da homofobia”?

Acreditar na lenda do Saci-Pererê é mais fácil do que na mal contada fábula da “homofobia” — mais uma embusteirice do lobby homossexual

O Saci-Pererê e o conto da “homofobia”

Alejandro Ezcurra Naón
Artigo publicado no site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira em 21-8-2011


Certa propaganda — insistente e irracional — pretende dar status de “matrimônio” às uniões homossexuais. Para tal apela a um arsenal de sofismas, entre os quais o mito romântico de que “casais” do mesmo sexo seriam “monogâmicos”, estáveis, perfeitos e amorosos, e quem os rejeitarem incorreria em “homofobia”.

Mas por pouco que se investigue o assunto, emerge-se em uma trágica realidade de violência, fraude e traumas psicofísicos que deita por terra esses mitos. Vamos aos exemplos:

Na Holanda, uma união homossexual dura em média 12 a 18 meses. Mas paralelamente esses homossexuais “casados” têm em média mais oito cúmplices sexuais por ano. Por todas partes a promiscuidade extrema marca o chamado “estilo de vida” homossexual: pesquisa realizada nos Estados Unidos revelou que cada homossexual doente de AIDS manteve “uma média de 1.100 parceiros durante sua vida, e alguns tiveram muitos mais” [1].

Essa promiscuidade gera doenças de transmissão sexual (DTS), em proporção muito maior do que no resto da sociedade: é cem vezes mais para o caso da sífilis, moléstia que vem diminuindo na população em geral[2], mas não cessa de aumentar entre os homossexuais[3].

Também 60% dos contágios de AIDS se dá por contato de homem com homem, e 7% adicional ocorre entre homossexuais que se injetam drogas. Um relatório do“International Journal of STD & AIDS” de fevereiro de 2007, revela que a probabilidade de contrair câncer anal é 90 vezes maior em um homossexual do que em um heterossexual. Isto se deve, sublinha o Dr. James W. Holsinger Jr. no estudo A patofisiologia da homossexualidade masculina, a que os atos homossexuais vulneram a “estrutura naturalmente complementária dos órgãos reprodutores masculino e feminino” , ocasionando um elenco “diversificado e expandido de doenças sexualmente transmissíveis e traumas associados” [4].

Além das DTS, outras doenças espreitam aos homossexuais. Por exemplo a média de lésbicas que sofrem de obesidade — com sua sequela de doenças derivadas — é mais de duas vezes superior (2.47) à das demais mulheres.

Igualmente a droga devasta aos sodomitas. Nos Estados Unidos, 80% deles consomem maconha, 60% cocaína, 30% anfetaminas, e 20% LSD. No Canadá, estudos mostram que 76,3 de homens homossexuais ingerem regularmente álcool, e 45,6% consumem drogas. Para as mulheres o quadro é ainda pior: 83% de lésbicas tomam álcool regularmente, e 47% se drogam.


Com isso, a expectativa de vida de um homossexual naturalmente se encurta, ficando uns 25 anos menos que o resto da população. Enquanto os homens heterossexuais casados falecem em média aos 74 anos na Dinamarca e aos 77 na Noruega, nos homossexuais “casados” essa cifra desce a 51 e 52 anos respectivamente. E nas lésbicas cai de 78 a 56 anos. As estatísticas para o Canadá são idênticas.

Em matéria de suicídio, 62,5% das tentativas registradas nos Estados Unidos corresponde a homens homossexuais ou bissexuais. O risco de suicídio nesse setor é 14 vezes maior do que no resto da sociedade. E se estende às crianças adotadas por “casais” do mesmo sexo: segundo assinala pesquisa da Universidade de Carolina do Sul, “ao procurar ocultar a seus amigos e conhecidos a homossexualidade de seus pais”, os meninos sofrem de “maiores níveis de stress” e “traumas e desordens de conduta…”, geradores potenciais de “tendências e tentativas suicidas” [5].

O espaço não permite mencionar dados de violência doméstica, também consideráveis em “casais” de homossexuais ou lésbicas. Não raro acabam em crimes horrendos.

Como se pode ver, é inerente ao mundo do homossexualismo um aspeto degradante e aterrador, que a publicidade esconde. Sendo assim, quem ousará qualificar de “homofobia” o legitimo desejo de evitar a propagação desses males na sociedade? A fobia é uma doença mental bem rara, uma obsessão patológica perante um mal puramente imaginário (claustrofobia, por exemplo). Será que a imensa maioria da população, que a justo título reprova o pecado homossexual, é de doentes mentais, e que os que praticam esse pecado são os únicos mentalmente sãos?

Na verdade, lendas infantis como a do bicho-papão ou saci-pererê estão menos distantes da realidade do que o conto da “homofobia”.
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Notas
[1] Robert T. Michael et al., Sex in America: A Definitive Survey, Boston: Little, Brown and Co., 1994, p. 209.
[2] A Community Manifesto: A New Response to HIV and STDs, www.metrokc.gov/health/apu/taskforce/manifesto.htm. Destaque do original
[3] Ver http://www.lifesite.net/ldn/2007/apr/07042604.html.
[4] Bush’s Choice for Surgeon Gen. Said Homosexual Practices “Unnatural and Unhealthy”, Life Site News, 8-6-2007.
[5] http://www.catholicnewsagency.com/news/children_with_same-sex_parents_prone_to_suicide_study_reveals/.
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ASSINE A CARTA DE PROTESTO AO SENADO FEDERAL CONTRA A “LEI DA HOMOFOBIA”.
Para isto, basta um click em:

9 de agosto de 2011

Liberdade ou libertinagem?


Paulo Roberto Campos

Com referência ao que aqui publicamos sobre a questão das drogas, quando procuramos desmistificar a utopia de que maconha é “apenas” uma droga “leve” (utopia pregada por certa mídia e até por certos figurões da política nacional), além de congratulações — que agradeço de coração — recebi três e-mails objetando nossa posição. Eis as afirmações principais de cada um dos signatários:


1) “Você é que está metendo o nariz num assunto que não conhece. O baseado (maconha) não pode ser comparado às drogas pesadas, como a cocaína, heroína, crack e oxi”.


2) “Você, que parece ser católico retrógrado, sabe muito bem que não existe nenhum mandamento de Deus ordenando ‘Não se drogar’”.


3) “A liberdade é um bem, cada um tem a liberdade de se manifestar como quiser e de fazer o que der na telha. O que não se pode é restringir a liberdade de alguém, nem mesmo de uma criança. Os pais devem deixar os filhos crescer livremente sem coibir-lhes em nada”.


Aqui inicio a réplica, concedendo aos três prezados contestadores direito à tréplica.


1) Nosso primeiro contestador certamente conhece o provérbio popular: “Por um simples cravo se perde uma ferradura; por uma ferradura se perde um cavalo; por um cavalo se perde um cavaleiro; por um cavaleiro se perde um exército inteiro”. Por uma simples “tragada” pode-se perder um cavaleiro... Por uma simples fumaça, a desgraça...


Normalmente não se chega ao fundo do poço da desgraça pulando de cabeça diretamente; vai-se escorregando aos poucos, começando pela “droga leve”. Está é a porta de entrada para as “drogas pesadas”.


Em posts anteriores, publicamos diversos depoimentos testemunhando como é comum encontrar drogados inveterados que começaram “apenas” fumando a cannabis — que assim poderíamos definir: maconha é uma erva que aumenta a vontade de fumar... maconha.


Sim, não sou especialista no assunto drogas, mas posso opinar fundamentado naqueles que o são. Foi o que fiz, além de transcrever depoimentos de especialistas. Aliás, aproveito para aqui publicar mais um:
“Nos últimos vinte anos, tenho atuado na repressão a entorpecentes e sou testemunha do flagelo que assola as famílias cujos entes e amigos que se envolveram já não possuem mais futuro. É uma geração devastada pelo caminho sem volta daqueles que decidiram desafiar um inimigo perigoso — o crack. Desafiaram por livre vontade. Para as famílias que têm entes envolvidos com drogas duvido que as palavras ‘liberar’ e ‘descriminalizar’ soem bem. É errado o olhar romântico e vesgo que se dá a usuários de maconha. Ninguém começa com crack. A porta de entrada é a maconha”.
Renato Cabral Maciel
Agente de Polícia Federal
Vila Velha – ES

Amy Winehouse - período normal e período viciada em drogas 
2) Sim, não existe um 11º mandamento de Deus preceituando “Não se drogar”. Mas, assim como não posso atentar contra a vida de outrem — 5º Mandamento, “Não Matar” —, não posso atentar contra a minha própria vida, que não é propriedade minha, mas do Criador de todas as coisas. Ora, se a droga destrói o homem, podendo inclusive levá-lo à morte, quem se droga atenta contra o mandamento divino. Memento cantora inglesa Amy Winehouse, morta, com apenas 27 anos, por overdose. Na foto à direita, ela antes de ter experimentado qualquer tipo de droga. 


Além de infringir o 5º mandamento, transgride-se o 1º dos mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Quem não ama a Deus, ama os prazeres da vida sobre todas as coisas e acabará por odiar a Deus. Os homens não somos livres para afrontar as Leis de Deus, mas, pelo contrário, devemos nos submeter a elas, até mesmo para alcançar a verdadeira felicidade. Disso podemos concluir que uma lei humana — como uma eventual legalização da droga — não pode contrariar a Lei divina. E, se porventura for aprovada tal lei, não se é obrigado a respeitá-la, ela é nula, pois, acima de tudo, devemos obediência a Deus.
A cantora inglesa, várias vezes flagrada sob efeito de drogas
   
3) Reafirmo que não nego que a liberdade é um bem e que respeito a “liberdade de expressão” dos contestadores, desde que esta não atente contra a ordem natural e contra as Leis divinas. Não posso forçá-los a aceitar nossa posição, nem impedi-los de meter o nariz onde quiserem, nem mesmo para cheirar as drogas que condenamos. O que não se pode aceitar são a perversão e o abuso da liberdade — por exemplo, como ocorre com a “Marcha pela legalização da maconha”.


Parece que esse terceiro contestador está confundindo “liberdade” com “libertinagem”, pois não se tem a liberdade de fazer o que “dá na telha” — por exemplo, a liberdade de cometer um estupro porque “deu na telha”; ou meter a mão da carteira de alguém porque “deu na telha”. Pensando como refutar esse falso conceito de liberdade, lembrei-me de um artigo que redigi para a revista "Catolicismo" (edição de outubro/1999), que parece responder à questão. (Segue sua transcrição).


É preciso saber dar e negar
Falso conceito de liberdade leva à escravidão aos vícios.
Liberdade: direito de se fazer tudo que a lei de Deus permite.

Paulo Roberto Campos

A matéria publicada na edição de agosto, ressaltava como certa pedagogia dita moderna se equivocou ao querer inculcar nos pais de família uma atitude excessivamente indulgente: nunca proibir, jamais dizer não aos impulsos dos filhos. Ou seja, a aplicação apenas da primeira parte do axioma em epígrafe, É preciso saber dar..., — dar aos filhos tudo quanto exijam, ceder sempre, conceder-lhes uma liberdade sem fronteiras. Em contraposição, apresentamos então o que ensina a pedagogia tradicional, norteada nos princípios da Santa Igreja: é preciso saber dar, mas também, quando necessário, saber negar, proibindo aos filhos aquilo que os levariam a adquirir maus hábitos.
*      *      *
Em continuidade, mostraremos agora que tal pedagogia liberal é caolha ao ver apenas um lado da questão. Pois, baseando-se num falso conceito de liberdade, ensina que as crianças, para serem felizes, devem viver inteiramente livres, fazendo o que “der na veneta” e que não se deve coibir-lhes em nada suas espontaneidades.
Isso devido a uma falsa intelecção de liberdade. Permitindo fazer tudo o que pede a imaginação, as más tendências levam o homem a ceder a seus próprios caprichos e às más paixões, e logo ao pecado. Daí a expressão “escravo do pecado”.

Liberdade e “liberdade”
Iniciamos a exposição do tema por uma explicitação feita pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira [ao lado, desenho à mão livre] a respeito do exato sentido de liberdade:
“A doutrina católica sobre a liberdade humana ensina que esta consiste, não no direito ou na faculdade de fazer tudo quanto aprouver aos sentidos e à imaginação, mas em seguir os ditames da razão, por sua vez ilustrada e amparada pela fé. O que constitui precisamente o contrário da doutrina de Freud e da maior parte das escolas psicológicas e psiquiátricas que surgiram depois dele.
“Ora, nestas condições, a sujeição a uma disciplina voltada a impedir que o homem se ponha em ocasiões de ser arrastado pelo bramido irracional e turbulento dos instintos, constitui, não um vínculo ou uma algema para a liberdade, mas uma preciosa proteção para ela.
“Assim, proibir a um jovem que freqüente ambientes onde se fume maconha não é limitar a liberdade dele, mas garantir essa liberdade contra a tirania do vício, para o qual uma tentação sutil ou torrencial pode atraí-lo de um momento para outro”(1).

Liberdade? Sim, para o bem; não, para o mal
Na conhecida Encíclica de Leão XIII, Libertas Praestantissimum, de 20 de junho de l888, (ver quadro abaixo, em azul) o Pontífice denuncia como distorção e abuso da liberdade permitir-se fazer tudo o que passa pela cabeça, inclusive o mal; liberdade não consiste na espontaneidade instintiva, mas em seguir a reta consciência, pois, a verdadeira noção de liberdade está na prática da virtude e não na faculdade de pecar, que seria escravidão.
Assim, uma criança obedecendo aos pais, não é tolhida em sua liberdade, mas dá provas de ser livre aceitando ser por eles orientada naquilo que é bom e evitando o mal.
O santo pedagogo Pe. Champagnat soube, na educação dos meninos nos colégios maristas por ele fundados, harmonizar extraordinariamente o saber dar e o saber negar. Segundo ele, para conciliar disciplina e liberdade é necessário gravar os princípios religiosos na alma da criança e formar-lhe a vontade, mas desde os primeiros anos. Se já crescidas, seria como querer endireitar um grande arbusto – ao dobrá-lo, ele se quebra. Ao passo que, sendo ele pequenino, facilmente é endireitado.
Quando ainda criança, os bons princípios imprimem-se com facilidade no espírito e no coração da criança, ela adquire o gosto na prática da virtude, convencida de que esta é o bem que a torna verdadeiramente feliz, mesmo neste mundo, e que o pecado é o pior dos males.
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Leão XIII: Adesão a um bem falso = defeito da liberdade

"A liberdade, portanto, é, como temos dito, herança daqueles que receberam a razão ou a inteligência em partilha; e esta liberdade, examinando-se a sua natureza, outra coisa não é senão a faculdade de escolher entre os meios que conduzem a um fim determinado. É neste sentido que aquele que tem a faculdade de escolher uma coisa entre algumas outras, é senhor de seus atos. ....
"Assim como o poder enganar-se, e enganar-se realmente, é uma falta que acusa a ausência da perfeição integral na inteligência, assim também aderir a um bem falso e enganador, ainda que seja um indício do livre arbítrio, constitui contudo um defeito da liberdade, como a doença o é da vida. 
Igualmente a vontade, só pelo fato de que depende da razão, desde que deseja um objeto que se afaste da reta razão, cai num vício radical que não é senão a corrupção e o abuso da liberdade. Eis por que Deus, a perfeição infinita, que, sendo soberanamente inteligente e a bondade por essência, é também soberanamente livre, não pode de nenhuma forma querer o mal moral. E o mesmo sucede com os bem-aventurados do Céu, graças à intuição que têm do soberano bem. ....
"O Doutor Angélico ocupou-se frequente e longamente desta questão; e da sua doutrina resulta que a faculdade de pecar não é uma liberdade, mas uma escravidão”. 
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(Leão XIII, Encíclica Libertas Praestantissimum, Documentos Pontifícios, Nº. 9, Vozes, Petrópolis, 1961, 4a. ed., pp. 6 a 8).
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Para a boa formação, aliar firmeza com bondade

São Marcelino Champagnat [pintura ao lado] ensina que, para a formação da vontade das crianças, é preciso impor disciplina, mas sem exigências desnecessárias; advertir, mas com doçura; castigar, mas sem aterrorizar.
A seguir, alguns de seus conselhos nesse sentido:
“Realizar trabalho de educação é formar a vontade da criança, ensinando-a a obedecer. A grande chaga deste nosso século é a independência. Cada um quer fazer a sua vontade e se crê mais capaz de mandar do que obedecer.
“A criança recusa submissão aos pais; os subordinados revoltam-se contra seus chefes; a maior parte dos cristãos desprezam as leis de Deus e da Igreja. Numa palavra, por toda parte reina a insubordinação. Portanto, presta-se bom serviço à Religião, à Igreja, à sociedade, à família e, sobretudo, à própria criança, orientando-lhe a vontade, ensinando-a a obedecer. Ora, para formar a criança à obediência, é preciso:
1o.) Jamais mandar o que não seja justo e razoável. Nada exigir dela que repugne à razão ou revele injustiça, tirania ou capricho: ordens deste tipo só perturbam o espírito da criança, inspiram-lhe profundo desprezo;
2o.) Evitar mandar ou proibir muitas coisas de uma só vez. A multiplicidade de ordens ou proibições gera a confusão, leva ao desânimo e faz a criança esquecer ou desprezar boa parte das ordens ou proibições. Aliás, qualquer pressão desnecessária tem como resultado fazer desanimar ou semear o mau espírito;
3o.) Jamais ordenar coisas muito difíceis ou impossíveis, porque exigências exorbitantes irritam as crianças, tornando-as teimosas ou rebeldes em vez de torná-las dóceis;
4o.) Exigir a execução total do que se ordenou dentro do justo e razoável; pois dar ordens ou impor deveres, castigos e não exigir o cumprimento é favorecer a desobediência às ordens e proibições que se deu;
5o.) Estabelecer boa disciplina e exigir que se cumpra o regulamento. Essa disciplina é de molde a fortalecer a vontade da criança e dar-lhe energia, habituá-la à obediência e a uma certa violência que é preciso impor-se para lutar contra as paixões e praticar a virtude. Essa disciplina exercita a vontade por meio das renúncias freqüentes que ela enseja; obriga a criança a refrear sua dissipação, ficar em silêncio, conservar-se no recolhimento, prestar atenção às lições do professor, manter a compostura, reprimir suas impaciências, chegar em tempo, estudar as lições, cumprir as tarefas, mostrar-se respeitosa com os professores, leal e obsequiosa com os colegas e ajustar seu caráter a uma porção de coisas que a contrariam. Pois esta série de atos de obediência e uma seqüência de pequenas vitórias sobre si mesma e seus defeitos constituem o meio privilegiado de lhe formar a vontade, torná-la forte e dócil a um tempo e dar-lhe a constância no bem”(2).
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Notas:
1) Plinio Corrêa de Oliveira, Guerreiros da Virgem, Editora Vera Cruz Ltda., São Paulo, 1985, pp. 122 a 124
2) Ensinamentos do Bem-Aventurado Champagnat (Excertos de “Avis, leçons, sentences et instructions”), por Ir. João Batista Furet, FMS. Ed. Educa, Curitiba, 1987, pp. 228-229.