29 de abril de 2014

Tribunal da Bolívia mantém a penalização do aborto

O Tribunal Constitucional da Bolívia recusou a despenalização do aborto pedida por grupos feministas. “O aborto é um crime” e “esta decisão do Tribunal Constitucional é um reconhecimento do direito à vida”, declarou o ministro Gualberto Cusi [foto]. Ele acrescentou que o acórdão “respeita o interesse da sociedade” e fundamenta-se “no argumento segundo o qual a vida deve ser respeitada desde a concepção”. O apelo recusado pedia a abolição das penas que punem o massacre dos inocentes — penalidades constantes do Código Penal boliviano, que prevê dois a seis anos de prisão para todo médico ou pessoa que pratique o aborto. Provavelmente pelo temor de perder votos, o governo de Evo Morales preferiu manter-se fora da questão.
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Fonte: Revista Catolicismo, Nº 760, abril/2014.

27 de abril de 2014

Episcopado da Nigéria elogia criminalização do “casamento” homossexual


Episcopado da Nigéria elogia criminalização do “casamento” homossexual

Luis Dufaur

D. Inácio Kaigama,
arcebispo de Jos,
presidente da CEN
 
O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, aprovou lei que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Este será punido com 14 anos de prisão para cada um dos envolvidos. 
“As pessoas do mesmo sexo que tiverem um contrato de casamento ou uma união civil cometem um crime e são passíveis de condenação com uma pena de 14 anos de prisão para cada”, diz a lei. 
A lei também pune o relacionamento homossexual e a adoção de crianças por estes casais. 
“Qualquer pessoa que se registra, opera ou participa de clubes [homossexuais], sociedades e organizações, ou direta ou indiretamente faz demonstração pública de relacionamento amoroso com alguém do mesmo sexo na Nigéria, comete um delito e é passível de condenação a uma pena de 10 anos de prisão”, acrescenta. 
O projeto foi transformado em lei pelo Parlamento da Nigéria e a assinatura do presidente deu-lhe pleno valor legal. 

O país teve de enfrentar interferências descabidas e ameaças do exterior, inclusive econômicas. 

O secretário de Estado americano, John Kerry, mais uma vez manifestou seu desacordo com a decisão interna, soberana e democrática da Nigéria, alegando que a lei vai contra a democracia e a Constituição nigeriana, que ele no mesmo momento estava desconhecendo. 

Em grande parte da África subsaariana, o sentimento moral e a recusa da prática homossexual estão muito enraizados, o que torna a nova legislação nigeriana muito popular. 

De sua parte, a Conferência dos Bispos Católicos da Nigéria (CBCN) emitiu comunicado elogiando a aprovação da lei pelo presidente Jonathan. O comunicado foi difundido pelo “Catholic News Service of Nigeria”. Para o episcopado nigeriano, a lei foi um passo certo na direção certa visando proteger a dignidade da pessoa humana. O episcopado também elogiou o presidente pelo corajoso gesto, praticado a despeito das pressões de órgãos e ONGs internacionais. 

D. Inácio Kaigama, Arcebispo de Jos e presidente da Conferência Episcopal [foto acima], assinou o documento em nome dos bispos e de todos os católicos do país. 

Ele sublinhou que o governo nigeriano agiu em consonância com a moral e os valores éticos dos nigerianos e das culturas africanas que prezam a santidade do matrimonio enquanto união entre um homem e uma mulher. 
“Vossa decisão e a de vosso governo em concordância com o Congresso Nacional, de não se curvar diante da pressão internacional que promove práticas imorais e antiéticas como o “casamento” de pessoas do mesmo sexo e outros vícios ligados a isso, é ainda mais corajosa e é uma clara sinalização da capacidade de nosso grande país de se erguer com sobranceria na proteção de nossas mais amadas instituições culturais do casamento e proteção da dignidade da pessoa humana”. 
Prometendo ao Presidente as orações e o apoio dos bispos da CBCN, o arcebispo concluiu: 
“Nós vos aplaudimos por vossa valente e sábia decisão, e rezamos para que Deus continue a vos abençoar e proteger, inclusive a vosso governo, contra a conspiração que no mundo desenvolvido tenta fazer de nosso país um terreno para o ‘dumping’ de práticas imorais, e que continuamente tenta minar os planos de Deus para o homem em matéria de criação e moralidade, em seus próprios países”.

26 de abril de 2014

PROSSEGUE A BATALHA PELA FAMÍLIA — A luta continua III


Apontamentos sobre as sessões deliberativas do Plano Nacional de Educação, dias 22 e 23 de abril de 2014, na Câmara dos Deputados, em especial os destaques sobre a questão de "gênero". 

Hermes Rodrigues Nery (*)

Na terça-feira, dia 22 de abril, pouco antes de iniciar, enfim, a sessão deliberativa sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), a deputada petista Fátima Bezerra tomou o microfone e fez propaganda de uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre os reflexos do golpe militar de 1964 na educação brasileira ( http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ce/noticias/comissao-discutira-os-reflexos-da-ditadura-na-educacao). Ao que o pessoal da UNE, já presente em peso, hostilizou o deputado Jair Bolsonaro. 

Havendo quorum mínimo, o presidente deu início à 48º reunião ordinária da Comissão Especial de Educação, às 15h16. O relator, deputado petista Angelo Vanhoni defendeu alguns pontos do PNE, cujo seu parecer seria primeiramente submetido a votação, para posteriormente ocorrer a deliberação dos destaques. Já no primeiro destaque seria discutida e votada a questão de gênero no PNE, inclusa no inciso III do Artigo 2. Antes disso Vanhoni abordou outras questões do Plano, defendendo o período integral desde o ensino fundamental, os 10% do PIB para a escola pública, também ressaltadas com veemência por Ivan Valente (do PSOL), etc. O deputado esquerdista queixou-se de que "houve um retrocesso no Senado por questões alheias ao texto", fazendo referência a controvérsia suscitada pela inclusão da ideologia de gênero no PNE, que o Senado rechaçou. E sob intenso vozerio do plenário, com militantes da UNE e pró-família, com gritos de guerra que ecoavam subitamente, o deputado tinha que fazer saltar as suas veias para que todos lá pudessem ouvir que "a educação precisa de liberdade contra qualquer preconceito", sendo aplaudido pelo pessoal da UNE, que repetia o mote: "a nossa luta é todo dia, contra o machismo, o racismo e a homofobia". 

Todos os deputados do PT presentes fizeram côro à fala de Ivan Valente, alguns com muita ênfase, queixando-se do obscurantismo conservador dominante ainda naquela Casa de Leis. Depois do chororô dos deputados petistas, que pareciam sentir que não teriam como vencer na questão do "gênero"; mesmo assim (para deixar registrado nos anais da Casa) faziam a apologia do progressismo e da educação libertária e igualitarista que queriam introduzir do Plano Nacional de Educação. Os deputados Paulo Freire, Pastor Eurico e Marcos Rogério, refutaram tais argumentos, enquanto o pessoal da UNE impunha seus gritos de guerra, quase não sendo possível ouvir a fala dos deputados, em meio às vaias que recebiam dos UNEnistas. Se na sessão anterior bradaram que "a América Latina será toda comunista", desta vez fizeram ecoar no plenário: "A América Latina será toda feminista!"

Gabriel Chalita apareceu por lá, mas logo retirou-se, estando ausente no momento da votação da polêmica matéria. Jean Willys nem apareceu. Jovens da UNE gritavam para os parlamentares que defendiam a família: "Nós vamos te linchar, nós vamos te banir da Câmara!" Durante a fala de Bolsonaro, que fez menção ao kit-gay que o MEC havia preparado para distribuir nas escolas, destacou vários itens do material com tais conteúdos, de apologia ao anarquismo sexual a ser disseminado nas escolas, desde o ensino fundamental, cuja inclusão da ideologia de gênero no PNE iria dar legalidade e reforçar tais iniciativas. Foi difícil ele fazer a sua exposição, pois a todo tempo e, de modo intenso, o pessoal da UNE vaiava e gritava, com motes bastante provocativos, do tipo: "Ô Bolsonaro, sai do armário!", etc. Todas as falas pró-família foram muito perturbadas pelas vaias e pela gritaria. A confusão, os constantes pedidos de questões de ordem, tumultos e até algumas agressões entre os militantes ocorreram, tornando a sessão tensa e muito barulhenta. 
Depois das discussões, o presidente colocou em votação o substitutivo do Senado Federal ao Projeto de Lei Nº 8.035-B/10  do Poder Executivo  que "aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 e dá outras providências". Foram feitos os encaminhamentos de bancadas para a votação do parecer do relator Angelo Vanhoni. Encaminharam a votação o próprio relator, Ivan Valente, Paulo Freire e Marcos Rogério. Os deputados contrários a ideologia de gênero votaram favoráveis ao parecer de Vanhoni, ressaltando que se manifestariam sobre o tema de gênero nos respectivos destaques em que a questão estivesse inclusa. Paulo Freire e Jair Bolsonaro votaram contra o parecer do relator. Em seguida à aprovação do parecer (ressalvados os destaques),Lelo Coimbra submeteu à apreciação o primeiro destaque referente à questão de gênero. 

Conforme ipsis literis, o que diz a ata da sessão: 
“Destaque nº 01/14 - da Bancada do PSDB - que aprova o art. 2º, inciso III, do Substitutivo do Senado Federal. Encaminharam a votação a favor os Deputados Izalci e Pastor Eurico; e, contra, os Deputados Artur Bruno e Fátima Bezerra., que aparte à Deputada Iara Bernardi. O Deputado Marcos Rogério suscitou conflito entre a redação dada ao art. 2º, inciso III aprovada pela Câmara dos Deputados e o art. 3º, inciso IV da Constituição Federal. Nos termos do Art, 192, § 4º, o Deputado Angelo Vanhoni usou da palavra para prestar esclarecimentos sobre o dispositivo destacado. Em orientação de Bancada, manifestaram-se favoravelmente: PRB, PROS, PTB, PR, PP, PSDB e PMDB manifestaram-se contra: PSOL, PCdoB, PV/PPS e PT; e liberaram a Bancada: PDT, DEM e a Liderança do Governo. Em votação simbólica, foi aprovada a matéria destacada. Manifestaram-se contrariamente os Deputados Angelo Vanhoni, Fátima Bezerra, Margarida Salomão  titulares  e Artur Bruno, Iara Bernardi e Pedro Uczai  suplentes  do PT; Ivan Valente, suplente da vaga do PR; Stepan Nercessian, suplente da vaga do Bloco PV/PPS; Chico Lopes, suplente do PCdoB e Paulo Rubem Santiago, titular da vaga do PDT. Em virtude da apreciação da matéria restaram prejudicados os destaques de números 2/14, 21/14, 24/14 e 26/14. O Deputado Artur Bruno requereu votação nominal, que foi indeferida pelo Presidente por intempestiva.” (http://www.camara.leg.br/internet/ordemdodia/integras/1248059.htm) 
O fato é que, na hora da sessão, o presidente decidiu por votação não nominal, e que os deputados contrários à ideologia de gênero (os que estivessem de acordo com o destaque do deputado Izalci, mantendo o texto do Senado Federal no inciso III, do Art. 2) permanecessem como estavam, e que os favoráveis se manifestassem. Na hora da votação (que pode ser acompanhada pelo áudio da Câmara a partir de 16:49:48 [http://imagem.camara.leg.br/internet/audio/Resultado.asp?txtCodigo=47756]), o presidente contou 11 votos contrários (a ata nomina apenas 10), anunciando posteriormente o resultado de 15 x 11, sendo aprovado o destaque do deputado Izalci, mantendo, portanto, o texto do Senado, excluindo assim a questão de “gênero” no referido artigo do PNE. Naquele momento, os militantes pró-família se exultaram, ao que o presidente, após dez minutos de certa confusão, gritaria e pedidos de questões de ordem e por votação nominal, declarou validada a votação. Por todo o plenário, numa explosão de alegria e viva emoção, ouvia-se: “Viva a família, viva a família!” 

Vencida a primeira etapa, enquanto muitos já divulgavam pelas redes sociais que a ideologia de gênero já havia sido banida do PNE, tivemos que lembrar a muitos que a questão ainda não estava inteiramente resolvida, pois faltava ainda a deliberação de um outro ponto no Plano Nacional de Educação, que precisávamos excluir a ideologia de gênero. Tratava-se da meta 3.13 do PNE. A batalha havia sido vencida, em parte. Restava ainda a deliberação da meta 3.13, para que a ideologia de gênero fosse erradicada do Plano Nacional de Educação. Começada a Ordem do Dia do grande plenário da Câmara dos Deputados, o presidente marcou a continuação da sessão para o dia seguinte, às 14h30. Mais uma vez era preciso que os deputados pró-família votassem pelo substitutivo do Senado, que não faz menção à questão de “gênero” na referida meta. Já o texto da Câmara do relator Angelo Vanhoni faz menção na meta 3.13 á questão de gênero. Daí a importância dos deputados pró-família, da Comissão Especial de Educação, a exemplo do que fizeram no inciso III do artigo 2, votem pelo texto do Senado. 

No dia seguinte, às 14h30 já estávamos no plenário 1, um pouco maior que o do dia anterior, com menos faixas e cartazes. Mas aos poucos foram chegando os deputados e militantes da UNE. Às 15h19 começou a sessão. Foi preciso telefonar para alguns gabinetes e chamar os deputados pró-família que estavam ausentes, pois a sessão começou com o quórum mínimo novamente. No painel dizia que havia 22 deputados presentes, um pouco menos do que o dia anterior. Outras questões foram abordadas nas primeiras pautas de discussão e deliberação. Quando o presidente colocou em discussão a meta 3. 13 e ia começar os procedimentos deliberativos da matéria que mais aguardávamos naquela sessão, veio um comunicado de que havia começado a Ordem do Dia do grande plenário, e Lelo Coimbra comunicou que estava encerrada a sessão. E assim, mais uma vez adiada a deliberação da questão de “gênero” no Plano Nacional de Educação, pois somente poderemos considerar vitória completa pró-família, com a votação da meta 3.13. O presidente marcou a próxima sessão para o dia 6 de maio. Saímos de lá com um único sentimento, a de que é preciso perseverar e continuar o trabalho de conscientização, de formação e partilha de informações, especialmente aos tomadores de decisão. Cada passo dado é importante nessa batalha, cada um fazendo a sua parte, dentro das possibilidades, para que o Brasil afirme a cultura da vida, como exortou o Papa João Paulo II, em sua Evangelium Vitae. Foi o que dissemos jovens de Brasília, logo em seguida. Também no difícil campo legislativo, é preciso fazer afirmar a cultura da vida. Por isso, a luta continua.

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(*) Prof. Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética (pela PUC-RJ) e membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB.

23 de abril de 2014

A verdade nua e crua sobre a “teoria do gênero”



Leo Daniele


“Le Figaro” de Paris publicou, em 31 de janeiro de 2014, o fracasso da primeira tentativa de comprovação da “teoria do gênero”, que culminou com o suicídio do jovem Bruce- Brenda-Davi (seus três nomes, como homem, mulher e homem!).(*) [foto acima]

As ideias do prof. John Money, que definiu o “gênero masculino ou feminino” como uma conduta sexual que escolhemos adotar, a despeito de nosso sexo de nascença, foi testada, em primeiro lugar, em Bruce, um menino canadense. Ele foi submetido a uma cirurgia de mudança de sexo e desde os oito meses passou a se chamar Brenda. Recebeu a princípio um tratamento hormonal, pois se pretendia retirar seus órgãos genitais depois de quatorze meses. Doravante, uma menina, a “Brenda”, usava saias e brincava com bonecas.


Mas diz um velho ditado: “Expulsai o natural, e ele voltará a galope”. Na adolescência passou a ter uma conduta masculina, o que obrigou os pais a lhe contar a verdade. Cirurgicamente, ele volta a ser homem, passa a chamar-se Davi — terceiro nome em sua existência — e se casa aos 24 anos. Entretanto, o trauma das mudanças de sexo causa um descompasso em sua vida, e ele se suicida. 

Basta! “Teoria do gênero”, escolher o próprio sexo, isto é demais para pessoas mentalmente normais! E pode transformar-se em uma monstruosidade legislativa. Se for necessário submeter à nossa aprovação o que Deus nos deu, o que a natureza nos deu, aonde chegaremos? 

É o cúmulo da revolta contra o Criador! Se chegado a determinada idade, teremos que dar aval àquilo que somos, se tudo é sujeito à nossa aprovação? 

Em definitiva, as crianças, nessa lógica, devem ser convidados a decidir se querem continuar vivendo ou se preferem morrer, sob o suave e criminoso jugo de um suicídio sem dor. Que certa classe de deputados não nos leiam, sob pena de quererem transformar este absurdo dos absurdos lei! Pois se é necessário escolher o sexo, por que não escolher também, em criança, entre a morte e a vida? É próprio dos absurdos virem em cascata. 

Para os que se esqueceram de sua própria natureza, aqui incluo algumas sentenças da sabedoria milenar a respeito, que vi por acaso preparando este artigo: 
“Não se vence a natureza senão lhe obedecendo” 
“Colocai uma rã sobre um trono de ouro, e logo ela saltará para o lodo” 
“Mesmo lavado com água de rosa, o alho não perderá seu odor” 
“O cão permanecerá cão, mesmo se for criado entre leões” 
“Um lobo ensinado sonha sempre com a floresta” 

A própria Sagrada Escritura homologa tais pensamentos, perguntando: “Um leopardo mudará suas manchas?” (Jeremias, XIII,23) 

Se o gênero humano tivesse algum inimigo mortal que o quisesse rebaixar, vilipendiar e humilhar, ele deveria estar empenhado na teoria do gênero. E não tem? É o demônio, o anjo das trevas. 

Um único pecado contra a natureza, diz o Catecismo, é um ato que “brada aos céus, e pede a Deus vingança”. Que dizer dessa escolha de sexo? 

Certos setores da midiagogia — perdoem o neologismo — tem escondido cuidadosamente os fatos aqui relatados. Portanto, vale a pena os comentar. Comente-os, pois.

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Nota: (*) Theórie du genre: comment la premiére expérimentation a mal tourné (Teoria de gênero: como seu primeiro experimento fracassou) publicado na edição de 31 de janeiro de 2014 de “Le Figaro”, Paris.

O exemplo da Suécia

Um país totalmente contaminado pela ideologia de gênero

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
O Projeto de Lei 8035/2010, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2011-2020, trazia termos próprios da ideologia de gênero: “igualdade de gênero e de orientação sexual”, “preconceito e discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero”. O Senado Federal, porém, em dezembro de 2013, aprovou um substitutivo (PLC 103/2012) que eliminou toda essa linguagem ideológica. De volta à Câmara, o projeto agora enfrenta a fúria dos deputados do PT e seus aliados, que pretendem reintroduzir o “gênero” no PNE, a fim de dar uma base legal à ideologia que o governo já vem ensinando nas escolas. O relator Angelo Vanhoni (PT/PR) emitiu em 09/04/2014 um parecer pela rejeição do inciso III do artigo 2º do Substitutivo do Senado Federal (sem “gênero”) e pelo retorno, em seu lugar, do inciso III do artigo 2º do texto da Câmara dos Deputados (com “gênero”). 

Nem todos compreendem a importância e a extensão do problema. A vitória da ideologia de gênero significaria a permissão de toda perversão sexual (incluindo o incesto e a pedofilia), a incriminação de qualquer oposição ao homossexualismo (crime de “homofobia”), a perda do controle dos pais sobre a educação dos filhos, a extinção da família e a transformação da sociedade em uma massa informe, apta a ser dominada por regimes totalitários. 

Alguns Bispos já alertaram a população para o perigo: Dom Orani Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)[1], Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo de Frederico Westphalen (RS), Dom Antônio Fernando Saburido, Arcebispo de Olinda e Recife (PE), Dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo de Uberaba (MG), Dom José Benedito Simão, Bispo de Assis (SP) e Dom Fernando Rifan, Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianey. 

Se quisermos, porém, ver o que é um país dominado pela ideologia de gênero, basta olharmos para a Suécia. 


Pais isolados das crianças 

Os dados a seguir foram extraídos de uma entrevista feita em 2011 pelo portal LifeSiteNews a Jonas Himmelstrand[2], um experiente educador sueco, autor do livro “Seguindo seu coração: na utopia social da Suécia”[3], publicado em 2007 e ainda pendente de tradução. 

Na Suécia, as crianças de um ano de idade são enviadas para as creches subsidiadas pelo Estado, onde permanecem desde a manhã até o entardecer. Enquanto isso, os pais ficam trabalhando fora do lar (a fim de arcarem com os elevados impostos cobrados), inclusive a mãe, pois a ideologia de gênero impede a mulher de ficar “trancada em casa e no fogão”, conforme uma expressão sueca. Num país de aproximadamente 100.000 nascimentos anuais, as estatísticas mostram que das crianças suecas entre 18 meses e 5 anos de idade, 92% estão nas creches. 

“Você não é forçado a fazer isso… propaganda é uma palavra forte”, diz Himmelstrand, “mas as informações sobre os benefícios das creches” vindas dos meios de comunicação e outras fontes “fazem os pais que mantêm seus filhos em casa até os 3 ou 4 anos de idade se sentirem socialmente marginalizados”. 

Segundo Himmelstrand, “o problema central do modelo sueco é que ele está financeiramente e culturalmente obrigando os pais e as mães a deixar nas creches seus filhos a partir da idade de um ano, quer eles achem que isso é certo ou não”. 


Crianças massificadas nas escolas 

O currículo nacional da Suécia procura combater os “estereótipos” de gênero, ou seja, os “papéis” atribuídos pela sociedade a cada sexo. A escola “Egalia”[4], do distrito de Sodermalm, em Estocolmo, evita o uso dos pronomes “ele” (han) ou “ela” (hon) quando se dirige aos mais de trinta meninos e meninas que lá estudam, com idade de um a seis anos. Em vez disso, usa-se a palavra sexualmente neutra “hen”, um termo inventado que não existe em sueco, mas que é amplamente usado por feministas e homossexuais. A escola contratou um “pedagogo de gênero” para ajudar os professores a removerem todas as referências masculinas ou femininas na linguagem e no comportamento. Os blocos Lego e outros brinquedos de montar são mantidos próximos aos brinquedos de cozinha, a fim de evitar que seja dada qualquer preferência a um “papel” sexual. Os tradicionais livros infantis são substituídos por outros que tratam de duplas homossexuais, mães solteiras, crianças adotadas e ensinam “novas maneiras de brincar”. Jenny Johnsson, uma professora da escola, afirma: “a sociedade espera que as meninas sejam femininas, delicadas e bonitas e que os meninos sejam masculinos, duros e expansivos. Egalia lhes dá uma oportunidade fantástica para que eles sejam qualquer coisa que queiram ser”. 


“Educação sexual” 

Nas creches e escolas, totalmente fora do controle dos pais, as crianças são submetidas a uma “educação sexual”. Johan Lundell, secretário geral do grupo sueco pró-vida “Ja till Livet” (Sim à vida) explica que se ensina às crianças que tudo que lhes traz prazer é válido[5]. Os professores são orientados a perguntar aos alunos: “o que te excita?”. Segundo Lundell, o homossexualismo foi tão amplamente aceito pelos suecos, que “nos livros de educação sexual, eles não falam em alguém ser heterossexual ou homossexual. Tais coisas não existem, pois para eles todos são bissexuais; é apenas uma questão de escolha”. 

Lundell cita uma cartilha publicada por associações homossexuais e impressa com o auxílio financeiro do Estado: “Eles escrevem de maneira positiva sobre todos os tipos de sexualidade, qualquer tipo, mesmo os mais depravados atos sexuais, e essa cartilha entra em todas as escolas”. 


Perseguição estatal 

Na esteira da ideologia de gênero, a Suécia aprovou uma lei de “crimes de ódio” que proíbe críticas à conduta homossexual. Em julho de 2004, o pastor pentecostal Ake Green foi condenado a um mês de prisão por ter feito um sermão qualificando o homossexualismo como “um tumor canceroso anormal e horrível no corpo da sociedade”[6]. 

Os pais são proibidos de aplicar qualquer castigo físico aos filhos, mesmo os mais moderados. Em 30 de novembro de 2010, um tribunal de um distrito da Suécia condenou um casal a nove meses de prisão e ao pagamento de uma multa equivalente a R$ 23.800,00. O motivo foi que os pais admitiram que batiam em três de seus quatro filhos como parte normal de seus métodos de educação. Embora os documentos apresentados não relatassem nenhum tipo de abuso e o próprio tribunal admitisse que os pais “tinham um relacionamento de amor e cuidado com seus filhos”, as crianças foram afastadas da família e enviadas para um orfanato estatal[7]. 

Em junho de 2009, o governo sueco tomou do casal Christer e Annie Johansson o seu filho Dominic Johansson, depois que a família embarcou em um avião para se mudar para o país de origem de Annie, a Índia. O motivo alegado é que o casal, em vez de enviar seu filho para as escolas estatais, havia resolvido educá-lo em casa, uma prática conhecida como “home scholling” (escola em casa), amplamente praticada nos Estados Unidos e outros países, com excelentes resultados pedagógicos. As autoridades suecas, porém, decidiram remover permanentemente Dominic de seus pais, alegando que o ensino domiciliar não é um meio apropriado para educar uma criança[8]. 


Aborto

Entre 2000 e 2010, quando o resto da Europa estava dando sinais de uma redução da taxa anual de abortos, o governo sueco divulgou que a taxa tinha aumentado de 30.980 para 37.693. A proporção de abortos repetitivos cresceu de 38,1% para 40,4%. – o mais alto nível já atingido – enquanto o número de mulheres que tinha ao menos quatro abortos prévios cresceu de 521 para aproximadamente 750. A Suécia é o único país da Europa em que o aborto é permitido por simples pedido da gestante até 18 semanas de gestação. Menores de idade podem fazer aborto sem o consentimento dos pais e os médicos não têm direito à objeção de consciência[9]. 


Decadência social 

Segundo Himmelstrand, tudo na Suécia dá sinais de decadência: adultos com problemas de saúde relacionados com “stress”, jovens com declínio na saúde psicológica e nos resultados escolares, grande número de pessoas com licença médica e a incapacidade dos pais de se conectarem com seus filhos[10]. 

Para Lundell, a Suécia quis criar um “socialismo de famílias” por meio de uma “engenharia social”[11]. Os frutos são patentes: casamentos em baixa, divórcios em alta, a família assediada e oprimida pelo totalitarismo estatal. 

Convém olhar para o exemplo sueco antes de se votar a reintrodução da ideologia de gênero no PNE. É a própria família brasileira que está em perigo. 
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Ligue para o Disque Câmara 0800 619 619 – Tecle “9”: Desejo enviar uma mensagem aos membros da Comissão que votará o Plano Nacional de Educação (PL 8035/2010). 

Solicito a Vossa Excelência que vote pela rejeição do parecer do relator e pelo retorno ao substitutivo do Senado, que elimina do texto a ideologia de gênero. A família brasileira agradece.



Anápolis, 21 de abril de 2014 
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz 
Presidente do Pró-Vida de Anápolis 

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[1] Reflexões sobre a ‘ideologia de gênero’, 25 mar. 2014, em http://arqrio.org/formacao/detalhes/386/reflexoes-sobre-a-ideologia-de-genero. 
[2] http://www.lifesitenews.com/news/sweden-a-warning-against-overzealous-state-family-policies/ 
[3] http://www.jhmentor.com/eng_follow_heart.html 
[4] http://www.lifesitenews.com/news/gender-madness-swedish-pre-school-bans-him-and-her 
[5] http://www.zenit.org/en/articles/secularism-in-sweden  
[6]http://www.lifesitenews.com/news/archive//ldn/2004/jul/04070505 
[7] http://www.lifesitenews.com/news/swedish-parents-jailed-for-spanking-children-seized/ 
[8] http://www.lifesitenews.com/news/archive//ldn/2009/dec/09122304 
[9] http://www.zenit.org/en/articles/secularism-in-sweden 
[10] http://www.lifesitenews.com/news/sweden-a-warning-against-overzealous-state-family-policies/ 
[11] 
htp://www.zenit.org/en/articles/secularism-in-sweden

17 de abril de 2014

TRADIÇÃO CATÓLICA: Semana Santa em Sevilha

Recomendo aos Amigos do Blog da Família assistir o vídeo abaixo. Trata-se de uma belíssima Procissão de Semana Santa em Sevilha — realmente "muy hermosa"! Podemos tocar com as mãos a BELEZA DA TRADIÇÃO CATÓLICA, que, lamentavelmente, o clero progressita de esquerda, alinhado à "Teologia da Libertação", faz de tudo para abolir.

Aproveito o ensejo para desejar a todos uma Santa e Abençoada Semana Santa e uma Feliz Páscoa!

“Tu que descanso buscas com cuidado, neste mar de vida tempestuoso, não esperes encontrar nenhum repouso senão em Cristo Jesus crucificado” 
(Luís de Camões)


15 de abril de 2014

Ideologia de gênero deve ser combatida, pois visa destruir a família


No campo político põe em movimento a apologia a tais transgressões, utilizando-se de eufemismos e sutilezas de linguagem, com o discurso emocionalista de não discriminação

Prof. Hermes Rodrigues Nery
Agência Zenit, 14-04-2014



A ideologia de gênero tornou-se uma ferramenta política e "um conceito-chave da reengenharia social anti-cristã para subverter o conceito de família", como afirma o Monsenhor Juan Cláudio Sanahuja. E mais, ele explica que "a ONU adota a perspectiva  de gênero no começo dos anos 90. Assim nos apresenta e quer impor-nos uma visão anti-natural de sexualidade autoconstruída a serviço do prazer".  E para isso surtir efeito, a médio prazo, faz-se necessário difundir nas escolas a ideologia de gênero, para quebrar as resistências contra a cultura que quer se impor. A educação sexual então está imbuída fortemente desta ideologia contrária à família, com uma visão reducionista da dimensão da pessoa humana. O fato é que existem somente duas identidades sexuais, daí a realidade humana na distinção "homem e mulher". Institucionalizar uma outra situação fora desta realidade, verdadeiramente humana, é desconhecer com profundidade a essência e a natureza da pessoa humana, e mais ainda: agravar os fatores da violência contra o ser humano, em todos os aspectos. É despessoalizar o ser humano e torná-lo fragilizado e vulnerável a toda e qualquer violência.

A crise da identidade em nosso tempo se explica numa sociedade sempre mais pulverizada  na atomização do indivíduo, que se vê perdido na volúpia de uma sociedade consumista, de falsas necessidades, que coloca o prazer como finalidade e aniquila o indivíduo desarraigado e desterritorializado, na lógica do descartável, sem ter ao que se ater, sem contar mais com a família como suporte, porque, com a ideologia de gênero, a família é descaracterizada e diluída, dissolvida enquanto instituição primeira e principal da sociedade. Daí o grande mal-estar de muitos diante dos apelos da anarquia sexual difundida pelos meios de comunicação, na promoção da homossexualidade e de outras perversões e transgressões, que medram mais facilmente na sociedade atomizada, de híper-consumismo. Daí ser necessário por um dique a tudo isso, para salvaguardar a instituição primeira e principal, sem a qual o ser humano não tem como subsistir e se realizar como pessoa.

Todas estas formas de agressão, se não forem contidas, se tornarão grilhões culturais a asfixiar a pessoalidade de cada ser humano. No campo político, a ideologia de gênero põe em movimento a apologia a tais transgressões, utilizando-se de eufemismos e sutilezas de linguagem, com o discurso emocionalista de não discriminação, para avançar ainda mais numa agenda que discrimina a família. E mais: visando destruí-la, com a corrosão dos princípios e valores cristãos, que a defendem, por inteiro. 

O ideário de gênero (mais uma expressão de idealismo totalmente irreal) proposto então pelo PNDH3, e que se quer agora incluir no PNE, perverte a finalidade social das instituições nascidas para defender a pessoa daquilo que a despessoaliza. Com uma educação sexual assim, a escola se torna um lugar perigoso, um barril de pólvora que certamente irá explodir com danos sociais inimagináveis. Por isso, nos empenhamos no combate em favor da vida e da família, por uma escola que promova verdadeiramente a família como suporte da pessoa humana.


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(*) Prof. Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética (pela PUC-RJ) e membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB.

13 de abril de 2014

“Questão de Gênero?”

NOTA PASTORAL DE S.E.R DOM JOSÉ RUY, BISPO DA DIOCESE DE JEQUIÉ, SOBRE A IDEOLOGIA DE GÊNERO 


Dom José Ruy G. Lopes, OFMCap
Bispo Diocesano de Jequié
Enquanto nestes dias as redes sociais, com estardalhaço, publicavam as mais variadas opiniões sobre uma mal fadada pesquisa do IPEA a respeito do estupro, em Brasília, deputados se mobilizavam para votar um projeto de lei que regulamenta no Plano Nacional de Educação “respeito pela questão de gênero”. 

Ao mesmo tempo, na Capital da República, outra novela se desvela alheia aos olhos de milhões de cidadãos brasileiros que são as investigações a respeito de corrupção na outrora maior empresa de petróleo do mundo (orgulho de ser patrimônio nacional). 

Dentro deste contexto, a Igreja Católica nesta porção do Povo de Deus na Diocese de Jequié, vem se manifestar peremptoriamente contrária a esta ideologia do partido que governa a nação que deseja “impor” pela maioria de sua base aliada um projeto que quer eliminar a ideia de que os seres humanos se dividem em dois sexos, afirmando que as diferenças entre homem e mulher não correspondem a uma natureza fixa, mas são produtos da cultura de um país, de uma época. Algo convencional, não natural, atribuído pela sociedade, de modo que cada um pode inventar-se a si mesmo e o seu sexo. 

A consequência desse nefasto projeto é a mais completa dissolução do grande valor da dignidade do ser humano e da família. Imaginemos tantas crianças e adolescentes em escolas públicas ou particulares “aprendendo” que tudo é apenas uma questão de escolha.Tudo isso baseado na análise marxista da história como luta de classes, dos opressores contra os oprimidos, sendo o primeiro antagonismo aquele que existe entre o homem e a mulher no casamento monogâmico. Uma ideologia que procura desconstruir a família e o matrimônio como algo natural. 

A voz que clama dentro de nós, é a da nossa consciência, reta, sincera e verídica a gritar: o ser humano possui dignidade. Devemos nos atribuir o real valor que possuímos,mesmo que seja isso politicamente incorreto e contrariando o modismo imposto pela mídia e pelo governo. Recordando as palavras de Santo Anastácio: “se o mundo for contra a verdade, eu serei contra o mundo”. 


Jequié, 04 de abril de 2014. 
Dom José Ruy G. Lopes, OFMCap 
Bispo Diocesano de Jequié 
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Fonte: Fanpage da Mitra Diocesana de Jequié

3 de abril de 2014

São José de Anchieta

Anchieta, Apóstolo do Brasil, fundador da cidade de São Paulo e co-fundador do Rio de Janeiro. Pintura de Oscar Pereira da Silva (1865-1939).
Paulo Roberto Campos 


Beatificado por João Paulo II em junho de 1980, Anchieta é agora canonizado pelo Papa Francisco. Mas já nos idos de 1736, Clemente XII fez a proclamação da heroicidade das virtudes do Venerável Apóstolo do Brasil. Podendo-se então, desde aquele longínquo ano, recorrer à intercessão desse prodigioso santo junto a Deus. Assim, particularmente para nós brasileiros, é recomendável pedir tal intercessão em nossas orações. 

Também cognominado Apóstolo do Novo Mundo, José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534 em São Cristóvão de La Laguna, Tenerife (Arquipélago das Canárias). Iniciou seus estudos universitários em Coimbra no ano de 1548, e três anos depois ingressou na Companhia de Jesus. Com apenas 19 anos, embarcou como missionário para o Brasil, aportando na Bahia de Todos os Santos, Salvador, em 13 de julho de 1553. 

Não se trata de narrar aqui a empolgante epopeia desse prodigioso santo missionário, mas dentre os numerosos fatos épicos da sua vida, destacamos um: em 25 de janeiro de 1554, o jovem jesuíta fundou a Vila de Piratininga, no Pátio do Colégio, berço da capital paulista.

Em homenagem a este grande herói da Fé católica, a quem todos os brasileiros tanto devem, reproduzimos a seguir algumas palavras de Plinio Corrêa de Oliveira, publicadas em “O Século”, do Rio de Janeiro, em 4-9-1932. 
“A Fundação de São Paulo”, pintura de Oscar Pereira da Silva (1865-1939).
“Se pudéssemos recorrer a uma comparação profana, para dar a ideia da importância de Anchieta em nossa história, diríamos que ele foi para o Brasil o que Licurgo foi para Esparta e Rômulo para Roma. Isto é, um desses heróis fabulosos que se encontram nas origens de algumas grandes nacionalidades, a levantar os primeiros muros, edificar os primeiros edifícios e organizar as primeiras instituições. 
Sua figura, de uma rutilante beleza moral, se ergue nas nascentes da nação brasileira, a construir seu primeiro hospital e seu primeiro grupo escolar, e a redigir, confiando-os às praias do oceano, os primeiros versos compostos em plagas brasileiras.
O fundador de São Paulo foi, portanto, simultaneamente, nosso primeiro mestre-escola, nosso primeiro fundador de obras pias e o patriarca de nossa literatura, o mais antigo vulto da literatura brasileira, como o chamava Silvio Romero.
E sobre esta tríplice coroa fulgura ainda o diadema de uma virtude que fez reproduzirem-se em selvas brasileiras os milagres do Poverello de Assis, que, com sua simples presença, amansava feras e atraía os passarinhos, nas florestas densas da Umbria”.
Relicário contendo a tíbia de São José de Anchieta