28 de fevereiro de 2017

“Não se dê aparência de Sacramento a uniões ilegítimas”


Plinio Maria Solimeo 

A instituição do matrimônio está hoje agonizante e ficando coisa do passado. Infelizmente são cada vez menos numerosas as moças que sonham com um casamento solene na Igreja, que marcava toda uma vida. 

Em países outrora maciçamente católicos, como a Espanha, o número dos que se casam na Igreja gira em torno de 25% do total das uniões. E cremos que no Brasil será o mesmo, senão menor. 

Como, apesar dos pesares, o catolicismo ainda marca a vida corrente em nossa nação, muitos casais em segunda ou terceira núpcias procuram dar à sua nova união uma aparência de casamento religioso. Com isso querem receber pelo menos uma bênção do sacerdote, numa cerimônia semelhante à do Sacramento do Matrimônio, visando validar assim sua união e dando a impressão de que seu novo casamento foi também legitimado pela Igreja. 

É contra essa impostura que se levanta corajosamente o Arcebispo de La Plata, na Argentina, D. Héctor Aguer [foto ao lado], em Carta Pastoral de 28 de janeiro. 

O Prelado adverte os sacerdotes de sua arquidiocese: “Quando não é possível celebrar, segundo o rito litúrgico, um matrimônio canônico [isto é, sacramental], deve-se evitar cuidadosamente todo sinal que induza à confusão, quer os próprios supostos contraentes, quer seus familiares, ou o povo de Deus em geral”. 

Nesse sentido, D. Héctor desce aos pormenores, para que fique bem claro assunto tão delicado: “Estão proibidas, portanto, as bênçãos de anéis, e mesmo a bênção do casal, já que esta pode levar a pensar que se benze a união concubinária ou adúltera”. Não podia ser mais claro. Ele esclarece: Uso estes nomes [concubinária ou adúltera] que hoje resultam antipáticos, porque designam a verdade, embora convenha evitá-los no diálogo pessoal com os peticionários”. Ou seja, quando procurado pelos interessados, o sacerdote deve dizer com delicadeza, mas com firmeza, o preto no branco.

Por isso, “com maior razão estão proibidas as cerimônias no templo, com as aparências que se costumam usar nos casamentos verdadeiros”.

É claro que “toda negativa [a isso] deve ser feita com absoluto respeito, com a máxima serenidade e caridade, sem ofender a ninguém, mas explicando o que significa a celebração nupcial, e o valor do Sacramento do Matrimônio e suas condições de recepção”. Portanto, nada de sofismas. 

Quando procurado para atender um caso desses, o que o sacerdote deve fazer? “Em muitos casos os sacerdotes poderão encaminhar à conversão com delicadeza”, e sempre convidar a estes casais a “implorar a misericórdia de Deus, [para que] antecipe o momento de sua graça. Quiçá não faltem [entre os pretendentes] os que estejam em condição de celebrar um casamento canônico”, e só não o fazem por comodismo ou injunção da moda.

Para D. Aguer, isto é uma coisa muito séria, e uma “exigência evangélica e da disciplina da Igreja”. Por isso, os sacerdotes que não obedecerem a estas normas, aos que “incorram na frivolidade”, tornar-se-ão “passíveis das sanções que correspondam a cada caso”. 

Adverte o corajoso antístite: “Não se manuseiem, nem se malbaratem, sob o pretexto de uma pastoral mal entendida ou por razões sentimentais, as belas e santas realidades de nossa fé. É nosso dever custodiá-las e oferecê-las como dons do Senhor, que elevam e dignificam a pessoa humana”

É difícil encontrar em nossos dias um documento contundente, que vai tão diretamente contra o “politicamente correto”, que se tornou a norma de conduta. E também contra uma mentalidade, infelizmente muito divulgada, principalmente depois das muitas interpretações da recente (e confusa) Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia.
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Fonte: https://www.aciprensa.com/noticias/arzobispo-de-la-plata-a-sacerdotes-prohibido-bendecir-concubinato-y-adulterio-67111/

26 de fevereiro de 2017

CARNAVAL DE BLASFÊMIA


Paulo Roberto Campos 

24 de fevereiro de 2017 — dia lutuoso na História do Brasil. Dia em que nossa Rainha e Padroeira foi profanada. Ela foi conduzida forçadamente a participar de um desfile de horrores e imoralidades. 

Uma imagem de Nossa Senhora Aparecida foi blasfemamente levada ao Sambódromo da capital paulista para desfilar na Escola de Samba Unidos da Vila Maria. Entre diversas outras condutas hediondas, uma componente de tal escola, vestida como se fosse Nossa Senhora... sambava! Pior. Este horror foi promovido por alguns prelados da própria Igreja Católica. E muitas outras autoridades eclesiásticas foram complacentes. A CNBB, cruzando os braços, não fez nada para impedir tal sacrilégio. “A escola procurou dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, há dois anos, para pedir a autorização. Ele levou o pedido a um conselho, que concordou e sugeriu que o reitor do Santuário de Aparecida, padre João Batista, acompanhasse o processo” revelou o diário carioca "O Globo" (17-2-17).

Há quase 40 anos, um outro sacrílego atingiu brutalmente a veneranda imagem de nossa Rainha e Mãe: no dia 16 de maio de 1978 sua imagem foi quebrada por um seguidor de uma igreja protestante. Este arrancou a imagem de seu altar e a espatifou. A bendita imagem, jogada ao chão, ficou reduzida a 200 pedaços [foto abaixo]. 

Naqueles idos, os fieis católicos de norte a sul do Brasil ficaram transtornados e fizeram atos de reparação. 

E hoje, com essa terrível afronta à sagrada imagem de Nossa Senhora Aparecida, levada no carnaval pornográfico do Sambódromo, como reagem os católicos? Vamos aguardar os próximos dias para se avaliar adequadamente a possível reação e os eventuais atos de desagravo. 

Em reparação à Santa Mãe de Deus, tão gravemente afrontada neste carnaval, transcrevemos abaixo um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira (publicado na “Folha de S. Paulo” em 29 de maio de 1978), no qual ele expressa a dor que lhe causou a notícia do sacrílego ato protestante. 
Pedaços da Imagem de Na. Sra. Aparecida, após o sacrílego atentado em 1978
A Imagem que se partiu 

Plinio Corrêa de Oliveira

O Brasil, há mais de dois séculos, venera Nossa Senhora como sua especial Padroeira. E essa veneração se dirige a Ela sob a invocação de Imaculada Conceição Aparecida. 

Nossa Senhora Aparecida! 

A exclamação acode freqüentemente ao espírito dos brasileiros. E sobretudo nas grandes ocasiões. Pode ser o brado de uma alma aflita que se dirige a Deus pela intercessão da Medianeira que nada recusa aos homens, e à qual Deus, por sua vez, nada recusa. Pode igualmente ser a exclamação de uma alma que não se contém de alegria e extravasa seu agradecimento aos pés da Mãe, de quem nos vêm todos os benefícios. 

A história da pequena imagem de terracota escura — com o seu grande manto azul sobre o qual resplandecem pedras preciosas, e cingindo à fronte a coroa de Rainha do Brasil — encheria livros. Esses livros, se fossem concebidos como eu os imagino, deveriam conter não só os insignes fatos históricos que a Ela se prendem, mas também, em apêndice, as legendas que a piedade popular a respeito deles teceu. É da amálgama de uma coisa e outra — história séria e incontestável, e legenda graciosa — que resulta a imagem global da Aparecida como ela existe no coração de todos os brasileiros: 

o escravo que rezava aos pés da Senhora concebida sem pecado original, ao mesmo tempo que dele se acercava o dono inclemente, quando as algemas se rompem, o coração do amo que se comove etc.; 

o Príncipe Regente que saudava a imagem no decurso do trajeto que o levava do Rio a São Paulo, onde iria proclamar a Independência e fazer-se imperador; 

o ato do novo monarca colocando oficialmente o Brasil sob a proteção da Virgem Imaculada Aparecida; 

a coroação da imagem com a riquíssima coroa de ouro cravejada de brilhantes, oferecida anos antes pela Princesa Isabel, coroação feita em 8 de setembro de 1904 pelos bispos da Província Meridional do Brasil e de outros pontos do País, em razão do decreto do Cabido da Basílica Vaticana, aprovado por São Pio X; 

o velho Venceslau Brás, ex-presidente da República, assistindo piedoso, no jubileu de prata da coroação da imagem, à missa hieraticamente celebrada por D. Duarte Leopoldo e Silva, reluzente daquela como que majestade episcopal tão caracteristicamente dele; 

a solene proclamação do decreto do papa Pio XI, de 16 de julho de 1930, constituindo e declarando “a Beatíssima Virgem Maria, concebida sem mácula, sob o título de Aparecida, padroeira principal de todo o Brasil, diante de Deus”;

a apoteótica manifestação do dia 31 de maio de 1931, em que o episcopado nacional, diante da milagrosa imagem levada triunfalmente ao Rio de Janeiro em trem-santuário, na presença das maiores autoridades civis e militares e em união com todo o povo — mais de um milhão de pessoas! — consagrou o País a Nossa Senhora da Conceição Aparecida. 

E assim por diante, sem falar das curas, aos milhares. Quantos milhares? Cegos, aleijados, paralíticos, leprosos, cardíacos, que direi eu mais! Multidões e multidões sem conta de devotos, vindas do Brasil inteiro, com as mães contando às criancinhas, ao voltarem para os lares, alguma narração piedosa sobre a santa, inventada na hora ou ouvida da avó ou da bisavó. Bem entendido, narração enriquecida, de geração a geração, com mais pormenores maravilhosos.

Tudo isso levava o Brasil inteiro a emocionar-se — e com quanta razão — ante a pequena Imagem de terracota escura, vendo nela o sinal palpável da proteção de Nossa Senhora. 
E o sinal se quebrou. 

Por sua vez, essa quebra não será um sinal? Sinal de quê?

A julgar pelas narrações da imprensa, os pormenores do fato ocorrido estão envoltos em mistério. [...] Nosso público, habitualmente informado com inútil luxo de pormenores acerca de qualquer crime do gênero dos que entram na triste rotina das grandes cidades contemporâneas, entretanto pouco sabe desse sacrilégio trágico que marca a fundo a história de Aparecida, a história religiosa do Brasil e por isto, pura e simplesmente, a história do Brasil. [...]

Amigos meus que conversaram há dias com altíssima personalidade eclesiástica, dela ouviram que o sacrilégio teria relação com a aprovação do divórcio no Brasil. 

A hipótese faz pensar. Talvez, entristecida a fundo pela promulgação do divórcio, Nossa Senhora, ao permitir o crime, tenha querido fazer ver ao povo brasileiro seu desagrado pelo fato. Seria bem isso? Sem dúvida, a introdução do divórcio foi um gravíssimo pecado coletivo cometido pela Nação brasileira. [...] 

Há dois aspectos pelos quais a aprovação do divórcio pode ser relacionada com o crime sacrílego. De um lado, se o divórcio foi aprovado, é porque a resistência contra o mesmo foi insuficiente. Quando o sr. N. Carneiro era aclamado aos brados pelo plenário do Congresso e por uma minoria que abarrotava as galerias, logo depois da aprovação da lei, a Nação dormitava. E essa soneira em hora tão grave exprime, por sua vez, uma flagrante falta de zelo. Pois não nos basta não fazer uso da lei. Se não a queríamos, por que não a impedimos?

Por outro lado, como não reconhecer nesse censurável indiferentismo, não um estado de espírito de momento, mas uma atitude de alma resultante de efeitos ainda muito mais profundos? 

Quando a moralidade das modas decai assustadoramente, quando os costumes sociais se degradam a todo momento e a limitação da natalidade, praticada por meios condenados pela Igreja, vai ganhando proporções assustadoras, prepara-se o caldo de cultura para o comunismo. Este, embuçado em criptocomunismos, eurocomunismos, socialismos e outros disfarces ideológicos, vai avançando. Como não reconhecer nisto um complexo de circunstâncias nas quais se insere, com toda a naturalidade, o divórcio? 

Isto dito, como não lembrar a profecia de Nossa Senhora, feita em Fátima pouco depois da queda do tzarismo? 

Eis as palavras d’Ela: “Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas; por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”. 

É impossível não perguntar se existe uma relação entre essa trágica e materna previsão, desatendida pelo mundo ao longo dos últimos sessenta anos, e a também trágica ocorrência de Aparecida. Não será esta um eco daquela? Um eco destinado especialmente ao Brasil, pois que entre nós, e contra a Imagem de nossa Padroeira, o crime se deu. 

Especialmente para o Brasil, sim; exclusivamente para o Brasil, quiçá não. Pois nosso País é o que tem hoje em dia a maior população católica do globo. E Aparecida é, depois de Guadalupe, o santuário mariano de maior afluxo de peregrinos em todo o orbe. Pelo que, quanto aqui ocorra em matéria de devoção marial tem um significado para o mundo inteiro. 

Muitos dirão que a ilação entre Fátima e Aparecida não pode ser afirmada, por falta de provas cabais. Não entro aqui na análise da questão. Pergunto simplesmente se há quem se sinta com base para negá-la...

17 de fevereiro de 2017

Escorracem já o povo!


Péricles Capanema 

A vaga aberta no Supremo Tribunal Federal com a morte de Teori Zavascki assanhou a patrulha ideológica. Para desgraça nossa, ela continua crespa, cada vez mais intolerante. Eram 30 candidatos com chances de levar, avaliou Eliseu Padilha, encarregado pelo Presidente de fazer uma triagem inicial, informou a revista “Época”. No seleto grupo estava Ives Gandra Filho [foto abaixo], presidente do Tribunal Superior do Trabalho. Entre os ventilados, só ele foi fulminado pela fatwa da patrulha. Razão: suas opiniões estão vetadas no Brasil pela censura dos bem-pensantes progressistas. Não conheço Ives Gandra Filho, não tenho procuração nem pedido para defendê-lo e, quer saber, nem tenho juízo formado sobre a melhor escolha. Meu problema aqui é outro, de âmbito nacional.

Intrigado com a agressividade do veto, fui atrás das opiniões do magistrado, em especial sobre a família (o falatório girava em torno do tema). E li a nota que distribuiu à imprensa. Tive enorme surpresa. Suas convicções enunciadas em linguagem culta e clara são as da maioria do povo brasileiro.

São Tomás Morus (1478 – 1535)
Em resumo, a artilharia libertária quer banir do Supremo qualquer candidato que espose ideias aceitas pelo grosso dos brasileiros, mas não da patota emproada. A intolerância da neoinquisição não admite divergência. Faz lembrar Henrique VIII advertindo São Tomás Morus [quadro ao lado] no filme “O homem que não vendeu sua alma”: “No opposition, Thomas, no opposition”. Também ele não admitia oposição. Fica o recado: a KGB progressista não mais tolera no Brasil tais opiniões em pessoas que aspirem a postos de expressão; só ainda as atura no povo miúdo. Cada vez que surgir algum infeliz com tais opiniões, cogitado para posição influente, a patrulha também vai tratá-lo como proscrito.

Para onde vamos? Vamos para a servidão, se o Brasil da gente direita curvar a espinha às tirânicas oligarquias libertárias e assim permitir que minorias fanatizadas, por meio de estrondos publicitários, tomem de assalto as cadeiras do Supremo. E outros espaços de direção.

Vejam o que encontrei (está na rede). O conceito de matrimônio de Ives Gandra Filho reproduz exatamente o que ensina o catecismo católico: “O matrimônio possui dupla finalidade: a) geração e educação dos filhos; b) complementação e ajuda mútua de seus membros. Tendo em vista, justamente, essa dupla finalidade, é que o matrimônio se reveste de duas características básicas que devem ser atendidas pela legislação positiva, sob pena de corrupção da instituição: a) unidade — um homem com uma mulher; b) indissolubilidade — vínculo permanente”. Mesmo protestantes e até agnósticos podem subscrever tal definição; tem raiz no Direito Natural. A intolerância furibunda com os conceitos acima nutre no bojo o vírus da perseguição religiosa, que, se não for combatido, gradualmente vitimará o organismo inteiro.

Transcrevo abaixo algumas outras convicções relativas à família enunciadas pelo Dr. Ives: “A celula mater da sociedade (núcleo básico) é a família, como sociedade natural e primária, constituída numa comunidade de vida e amor para a propagação da espécie humana e ajuda recíproca nas necessidades materiais e morais da vida cotidiana”. Multidões de brasileiros dariam vivas e bateriam palmas em pé para quem afirmasse isso. Vou adiante: “O homem desde a sua origem surgiu no meio de uma família, que é a primeira sociedade humana. Não há que se falar, pois, em estado pré-social ou situação originária de promiscuidade sexual na vida animal”. Continuo: “A base do matrimônio é o consentimento mútuo na outorga e recepção do direito perpétuo e exclusivo sobre o corpo de cada um com vista aos atos aptos à procriação”. Mais uma: “Homens e mulheres têm constituições física e psíquica distintas, complementares entre si”. Excluir um candidato por defender tais convicções, equivale a moralmente banir o geral dos brasileiros de sua pátria.

Opinião de Ives Gandra Filho sobre união homossexual: “O casamento de dois homens ou duas mulheres é tão antinatural quanto uma mulher casar com um cachorro. Casais homoafetivos não devem ter os mesmos direitos dos heterossexuais, isto deturpa o conceito de família”. Reafirmo, é a persuasão da maior parte do povo brasileiro.

É também censurado por ser contrário ao aborto, ao divórcio, à distribuição de pílulas anticoncepcionais em hospitais públicos e a pesquisas com células-tronco de embriões. Reitero meu bordão, milhões de brasileiros têm opinião idêntica.

O presidente do TST julgou-se obrigado a distribuir nota à imprensa: “Diante de notícias veiculadas pela imprensa, descontextualizando quatro parágrafos de obra jurídica de minha lavra, venho esclarecer não ter postura nem homofóbica, nem machista. Deixo claro no artigo citado, de 70 páginas, sobre direitos fundamentais, que as pessoas homossexuais devem ser respeitadas em sua orientação e ter seus direitos garantidos, ainda que não sob a modalidade de matrimônio para sua união. Por outro lado, ao tratar das relações familiares, faço referência apenas, de passagem, ao princípio da autoridade como ínsito a qualquer comunidade humana, com os filhos obedecendo aos pais e a mulher ao marido no âmbito familiar, calcado em obra da filósofa judia-cristã Edith Stein, morta em campos de concentração nazista. O compartilhamento da autoridade sempre me pareceu evidente, tendo sido essa a que meus pais casados há 58 anos viveram e a qual são seus filhos muito gratos. [...] As demais posturas que adoto em defesa da vida e da família são comuns a católicos e evangélicos, não podendo ser desconsideradas "a priori" numa sociedade democrática e pluralista”.

Vou virar a página e dar um exemplo revelador das agressões da intolerância. Forum de 31 de janeiro traz em manchete: “Manifesto feminista contra Ives Gandra para a vaga de Teori ganha apoio irrestrito”. A notícia afirma que, “para eles [os signatários], Ives Gandra demonstra desconhecer a realidade social de brasileiras e brasileiros. ‘Sexismo, homofobia, lesbofobia, discriminação racial, desrespeito aos direitos humanos e sociais e ao Estado laico não podem ser parte da trajetória de quem irá integrar o colegiado do STF’, afirmam, em manifesto”. O texto, intoxicado de preconceitos progressistas e lotado de falsidades, vem assinado, entre outros, por Luiz Gonzaga Beluzzo, Miguel Rossetto, Emir Sader, centenas de professores de Direito, procuradores, líderes sindicais, juízes, jornalistas, advogados.

É pressagioso que minorias oligárquicas de esquerdistas e libertários, treinadas no patrulhamento ideológico, façam marcação cerrada para banir dos postos de direção qualquer um que tenha consonância com opiniões majoritárias do povo brasileiro, por eles abominadas. Agem aqui os mesmos germes causadores das perseguições que mataram milhões nos gulags da Rússia soviética e nos campos de concentração da Alemanha nazista.

16 de fevereiro de 2017

No carnaval, sacrílego vilipêndio a Nossa Senhora Aparecida

No terceiro centenário da aparição de Nossa Senhora Aparecida e a propósito da autorização dada por altas autoridades eclesiásticas, permitindo que uma imagem d’Ela seja exposta em carro alegórico no Sambódromo neste carnaval, a “Liga do Santo Rosário” enviou carta-circular aos seus participantes analisando e deplorando o alcance de tal permissão. Segue o teor da missiva. 


Anunciou-se há alguns meses que uma imagem de Nossa Senhora Aparecida seria levada no carnaval deste ano ao Sambódromo de São Paulo, como tema de um carro alegórico da Escola de Samba Unidos da Vila Maria. 

Por absurdo que seja, a mídia noticiou que essa presença foi autorizada por altas personalidades eclesiásticas. A desculpa que dão é de que a referida escola de samba garantiu que no carro alegórico da Vila Maria não haverá cenas de nudez ao redor da imagem. Nada diz sobre os outros carros da mesma escola... 

Ora, essas autoridades eclesiásticas sabem perfeitamente que nesse Sambódromo ocorrerão cenas das mais lúbricas, de passistas em trajes sumários, quando não completamente nuas, em danças imorais que ofendem gravemente a Deus. Isso a tal ponto, que é impossível ilustrar esse fato inconteste. 

Nem há necessidade disso: está na Internet, portanto ao alcance de qualquer pessoa, a informação de que a mencionada escola de samba sempre desfilou ostentando o mesmo grau de imoralidade das demais. As chamadas musas do carnaval exibem-se escandalosamente, conscientes de que assim satisfazem os desejos baixos da maioria do público ali presente. Quem vai ao carnaval vai atrás disso... 

De nada adianta dizer que a Escola de Samba Unidos da Vila Maria fará uma como que “bolha moralizada” (moralizada?), que só existirá junto à imagem, e não no carnaval que se desenrolará em torno dela. Alegar essa “atenuante” não passa de uma imensa hipocrisia. 


Seria algo como levar a imagem a uma praia nudista, garantindo que os que a carregarem não estarão nus. Por aí vemos o insustentável dessa autorização absurda, que põe à sombra a imoralidade gigantesca reinante nesses eventos, à qual se soma o consumo de drogas, destemperos sexuais, bebedeiras desenfreadas, numa atmosfera de bacanal.

Mas não é só isso. Há uma enorme agravante, no caso. Ficará a impressão extremamente danosa para os católicos, e mesmo para os não católicos, de que a Igreja já não censura a imoralidade carnavalesca. E que tudo aquilo que acontece no Sambódromo não é mais considerado uma grave ofensa a Deus e a Nossa Senhora. Portanto, o carnaval tal como vemos hoje, com suas cenas de nudez e imoralidade, não tem nada de mais.

Ora, é evidente que esse endosso eclesiástico ao carnaval vai estimular a ousadia rumo ao nudismo total. E nas ruas, e até mesmo dentro das igrejas, como infelizmente estamos vendo, o despudor irá aumentar ainda mais. 

É francamente inacreditável que a maioria dos pastores de almas não dê importância a isso. Há não sei quantos anos a omissão deles em relação à progressiva imoralidade do carnaval e dos trajes civis vem chamando a atenção.

No que dará isso? Dará na estatística que a revista “Carta Capital” publicou em novembro último: a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil! 

O estupro é uma coisa abominável e deve ser severamente punido. Mas a culpa é só dos estupradores? A atração exercida pela maneira provocativa de certas modas não tem também responsabilidade nisso? Uma vez que o senso moral e religioso está desaparecendo, o que deterá as pessoas que não põem freio a seus instintos baixos? 

Imaginemos que aparecesse a moda de, durante a noite, as casas ficarem com as portas visivelmente abertas. Haveria espanto em se constatar um aumento de roubos nelas?

Na lógica dessa argumentação, esse imenso pecado de permitir a condução ao Sambódromo de uma imagem sacrossanta de nossa Rainha e Padroeira é próprio a acarretar consequências imprevisíveis, caso os brasileiros não reajam à altura.

Houve tempo em que nós, católicos, éramos 97% dos brasileiros. Hoje, por causa da crise pós Concílio Vaticano II, minguamos para o pífio índice de 50%. 

Como consequência, agora há ambiente para se fazer o que há 10 ou 20 anos era inimaginável: expor Nossa Senhora ao vilipêndio de desfilar num bloco de carnaval, e assim jogar lama na aura de santidade e respeitabilidade d’Aquela que foi a tal ponto pura, que foi Virgem antes, durante e depois do parto.

Voltemo-nos a Ela e peçamos que tenha compaixão do Brasil e dos brasileiros inconformes com esse sacrílego vilipêndio, que já começaram a protestar. 
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P.S.: Quem desejar participar desse protesto, pode fazê-lo por meio do site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira:
http://ipco.org.br/ipco/51644-2/#.WJqgdTsrK9I.

15 de fevereiro de 2017

Bispos ucranianos condenam a “Ideologia de Gênero”

Encíclica de bispos da Ucrânia denuncia a absurda, totalitária e pseudo-científica tese dos “ideólogos de gênero” como uma revolta contra a ordem estabelecida por Deus quando criou o homem e a mulher


Plinio Maria Solimeo

Uma das mais nefastas ideologias inspiradas pelo demônio para perverter especialmente a infância é a Ideologia de Gênero. Na loucura generalizada de nossos dias, não se podia conceber coisa mais absurda nem contra o mais elementar bom senso. 

Era preciso que o mundo chegasse ao extremo de decadência e de amoralidade de nossos dias para que teoria tão nefasta pudesse surgir. 

O que é pior, ela não encontra, mesmo da parte de pessoas tidas como sensatas, a repulsa que deveria causar. Por isso é muito reconfortante saber que os bispos do rito Greco-católico da Ucrânia se ergueram em uma só voz contra ela, numa “Carta Encíclica” dirigida a todo o clero daquele sofrido país, àqueles responsáveis pela educação dos filhos e “aos que trabalham na informação e nos currículos educativos, como também aos cientistas, para que proporcionem uma informação real e completa sobre a própria essência do ser humano”.


O documento é reproduzido e comentado pelo jornalista Raffaele Dicembrino no site católico italiano La Croce Quotidiano , de 14 de janeiro último, e retransmitido em espanhol em ReligionenLibertad. É dessas fontes que publicamos esta matéria. 

De onze páginas, muito categórica e com forte linguagem, a “Carta Encíclica” é assinada em nome do Sínodo dos bispos do rito Greco-católico ucraniano pelo Arcebispo Maior desse rito em Kiev, Sviatoslav Shevchuk [foto acima].

Nova ideologia para destruir a fé e a moralidade cristãs 

“Antes havia o regime soviético, que impunha uma visão ateia do mundo — diz Dicembrino, citando o documento —, apresentada como sendo ‘a única científica, e que privava os homens do direito de professar livremente sua fé religiosa’”. Os bispos afirmam que hoje os desafios são similares, pelos “modos ideológicos de destruir a fé católica”, pondo em discussão, de maneira solapada, “a fé e a moralidade cristãs”. Entre os novos desafios que enfrentamos, “tem um lugar relevante a Ideologia de Gênero”. 

Segundo os bispos, essa ideologia “procura destruir a percepção da sexualidade humana como dom de Deus naturalmente vinculado às diferenças biológicas entre homem e mulher”, tendo como consequência “introduzir perigosa desordem nas relações humanas”. 

Os prelados alertam os fiéis ucranianos para que não reajam passivamente aos sofismas dessa ideologia, “aceitando como verdade, sem pensar, essas teorias atéias, cujo [falso] fundamento é afirmar a dignidade humana, alcançar a igualdade entre as pessoas, e defender o direito humano à liberdade”.


Os bispos Greco-católicos recordam que o plano de Deus delineia a dignidade humana, e põem em evidência as passagens da Bíblia que acentuam e valorizam as diferenças entre o homem e a mulher. Eles recordam que a sexualidade “como dom de ser homem e mulher” cobre, “de maneira íntegra, todas as dimensões da existência da pessoa humana: corpo, alma e espírito”. Além do que a pessoa humana, criada à imagem de Deus, “está chamada à eterna comunhão com o Criador”, com “livre vontade” — termo amplamente esgrimido pelos que fomentam a Ideologia de Gênero“que permite ao homem escolher tanto o bem quanto o mal”. 

Para os bispos, a Ideologia de Gênero é um legado da “constante tentação de violar os estatutos de Deus neste âmbito”, a qual vem “da queda de nossos progenitores”. Pois, a partir do Pecado Original, o homem “abusa da possibilidade de uma escolha livre, quando tenta liberar-se dos valores tradicionais na área da sexualidade e da vida matrimonial, ao que trata falsamente como um arcaísmo e um obstáculo à igualdade, dignidade e à liberdade”. Para a Ideologia de Gênero, “a diferença entre os sexos seria uma condição prévia para a violência sexual, na família e fora dela”, enquanto que, na realidade, a causa desses problemas “não é a sexualidade, mas precisamente sua percepção distorcida”

Escolher o próprio sexo: eleição pessoal? 

O documento ressalta que, durante milênios, os seres humanos se definiram sempre com base nos sexos biológicos, varão e mulher, e que só recentemente “pontos de vista mundanos, contrários à fé cristã, à realidade científica objetiva, e à lei natural, passaram a ser difundidos e influentes”, fazendo com que a identidade de gênero “já não seja um dom de Deus”, mas uma “escolha individual da pessoa”

Isso a leva a “não compreender seu profundo chamado ao amor eterno”, mas antes a considerar a identidade de gênero, “uma diversão temporal da existência”

Segundo essa funesta ideologia, a pessoa humana possui uma como que “liberdade incorpórea”, da qual é criadora e a partir da qual constrói sua identidade. Desse modo, todos podem escolher o sexo que queiram, porque à pessoa “se oferece a possibilidade de não limitar o próprio sexo biológico ao conceito de homem ou mulher, ou ao papel social de homem e mulher, mas antes em escolher o próprio gênero dentre uma pluralidade de possibilidades”. A pessoa já não está determinada “por ser algo”, mas antes por “atuar no papel de alguém”.

Querem impor essa ideologia totalitária

Para a “Carta Encíclica”, o pior de tudo não são essas teorias aloucadas, mas que elas sejam “impostas de maneira agressiva à opinião pública, introduzidas gradualmente na legislação, forçando — e aumentando — sua visibilidade em âmbitos distintos da vida humana, sobretudo na educação e no crescimento” das crianças.

Desse modo, “as Ideologias de Gênero começam a adquirir as características de uma ideologia totalitária, e são similares às teorias utópicas que, no século XX, não só prometeram criar o paraíso na Terra, mas buscaram ao mesmo tempo introduzir, mediante a força, seu modo de pensar, erradicando qualquer outro ponto de vista alternativo”


Vitral representando a criação no Paraíso Terrestre
 do homem e da mulher, feitos à imagem
e semelhança de Deus
A pessoa geralmente não se dá conta de que, “ao apoiar a Ideologia de Gênero, está rechaçando a ideia de que seu gênero sexual foi criado por Deus. E, por conseguinte, põe em dúvida o fato de que Deus criou o homem varão e mulher”.

Sobretudo, com a Ideologia de Gênero se nega “a existência de um Criador”, e “a verdade de que os homens foram feitos à Sua imagem”, pondo em discussão a complementariedade dos homens e mulheres, e mesmo a instituição do matrimônio. 

 

  

Ideologia sem base científica 

O mais absurdo é que a Ideologia de Gênero “não corresponde sequer a dados científicos objetivos”, mas se baseia antes em “hipóteses subjetivas e declarações pseudo-científicas, feitas pelas partes interessadas”. Isso, além de fomentar muitas formas de “identidade sexual ou comportamentos que não correspondem de todo à natureza humana”, levam mais bem “à promiscuidade e à progressiva desmoralização da sociedade”. 


Os bispos ressaltam que as Ideologias de Gênero também “destroem o conceito de família como comunidade formada por pai e mãe, na qual as crianças nascem e crescem”, porque esta é apresentada só como “uma forma possível de família”.

O último parágrafo da encíclica recomenda especialmente educação e estudo, porque a sociedade “não conhece em profundidade as questões de gênero”. Entretanto, é necessário não sucumbir à pressão social, e trabalhar “juntos para defender a dignidade de cada pessoa, reafirmando as características próprias naturais dadas por Deus, e protegendo com firmeza o desenvolvimento da comunidade da família como fundamento da revelação divina”.

Para isso é necessário informar-se, e compreender “o verdadeiro objetivo de algumas propostas ou apelos”, porque “o ser humano não pode trair sua vocação e destruir a dignidade humana em favor de duvidosos projetos políticos e sociais, mesmo que estes sejam apresentados como um sinal de progresso e modernidade”

Esperamos que esse lúcido apelo dos bispos Greco-católicos ucranianos encontre eco em muitos outros episcopados, em particular aqui, nesta Terra de Santa Cruz.

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1. http://www.lacrocequotidiano.it/articolo/2017/01/14/chiesa/la-chiesa-ucraina-tuona-contro-il-gender 
2 http://www.religionenlibertad.com/iglesia-ucraniana-compara-ideologia-genero-con-las-ideologias-54475.htm

9 de fevereiro de 2017

Perversão infantil: chocante banalidade!


Paulo Henrique Américo 

Chegamos a tal ponto da decadência moral, que afirmações as mais graves parecem banais. Convido o leitor a comprovar essa minha impressão fazendo um teste com a seguinte frase: a inocência das crianças está sendo destruída.

De um lado, tal afirmação apresenta-se chocante. Basta lembrar as palavras do Divino Salvador: “Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar, do que escandalizar a um só destes pequeninos” (S. Lucas 17,2). 

Por outro lado, mencionar a destruição da inocência infantil já nos soa normal, banal! Isto porque ela se tornou cada vez mais recorrente. Algo como uma canção macabra cantada em todas as esquinas. Já nos acostumamos com sua trágica melodia e a repetimos quase sem atenção, sem levar em conta a sua gravidade. 

De fato, vivemos num triste século. Mesmo os católicos, aqueles que deveriam reagir contra a indiferença, vão caindo inexoravelmente nas suas garras. Não se podem estranhar as lágrimas de Maria Santíssima, Mãe de Deus.

Nossas crianças são aliciadas e atacadas de todos os lados pelo vendaval da imoralidade. A televisão era sua grande promotora até há pouco. Mas também ela acabou por tomar aspecto um tanto antiquado! A internet surgiu como a máquina mais eficiente da perversão infantil. Com alguns cliques no mouse — ou alguns toques no smartphone — qualquer criança pode acessar as mais cruas cenas de pornografia online

Mas o tufão da imoralidade possui outras frentes de ataque. E aqui vem mais um teste de banalização do que antes se afigurava chocante. Curiosamente, o tema “educação sexual para crianças” não causa mais sobressaltos como algumas décadas atrás. Hoje, algo mais malicioso entrou em todos os ambientes: a Ideologia de Gênero

Agora, as crianças não são apenas submetidas ao aprendizado do sexo desde a mais tenra idade, como também são induzidas na escolha de outra orientação e identidade sexual.

Cena da série The Mick, na qual um menino
aparece vestido de menina
Um exemplo para ilustrar essa alarmante realidade. O “Life Site News” publicou,(1) no início de janeiro último, reportagem sobre a nova série da “TV Fox”, nos Estados Unidos, intitulada The Mick [foto]. Além da promoção do aborto, da linguagem vulgar e do conteúdo sexual explícito, a série impulsiona a Ideologia de Gênero, visando sobretudo as crianças. Um dos personagens — menino de apenas sete anos — é apresentado trajando um vestido para menina. Na cena, o menino faz comentários sobre o vestido e sobre as partes femininas de seu corpo.

Chocante, dizemos! E o leitor concordará. Mas quanto tempo transcorrerá até que tais insinuações e atitudes ressoem também como banais ou normais aos nossos ouvidos?
Imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso venerada no Convento
das Freiras Concepcionistas de Quito (Equador).
A Rainha dos Céus tem sempre diante de si a gravidade da destruição da inocência infantil. Ela já havia previsto a atual onda de degradação das crianças quando de suas aparições à Madre Mariana de Jesus Torres [pintura abaixo], em Quito (Equador), no século XVII. As palavras Nossa Senhora do Bom Sucesso [foto acima]— profecias a respeito dos nossos tempos — são impressionantes pela sua atualidade. Eis alguns trechos aplicáveis ao tema do qual tratamos: 

Madre Mariana de Jesus Torres
“Quase não se encontrará inocência nas crianças, nem pudor nas mulheres, e, nessa suprema necessidade da Igreja, calar-se-á aquele a quem competia a tempo falar. 
“Extravasarão as paixões e haverá total corrupção dos costumes por quase reinar satanás..., o qual visará principalmente à infância a fim de manter com isto a corrupção geral. Ai dos meninos desse tempo! Dificilmente receberão o Sacramento do Batismo e o da Confirmação. 
“Possuirá [o mal] sutileza para introduzir-se nos ambientes domésticos, que perderão as crianças. Nesse tempo infausto, quase não se encontrará a inocência infantil. Desta forma perder-se-ão as vocações para o sacerdócio e será uma verdadeira calamidade.” 

Diante da avalanche contra a inocência infantil não devemos permanecer de braços cruzados. É por isso que a TFP norte-americana proveu abaixo-assinado(2) [imagem acima] no mês passado com o objetivo de coibir a exibição da citada série da “TV Fox”. 

Não fiquemos indiferentes na consideração da gravidade da decadência atual. Oração, sacrifício e emenda de vida foi o que Nossa Senhora nos pediu em Fátima. Assim, seremos daqueles que de algum modo enxugam suas tão dolorosas lágrimas.

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Notas: 
(*) Fonte: Revista Catolicismo, 794, Fevereiro/2017. Para se fazer uma assinatura dessa revista envie um e-mail para: catolicismo@terra.com.br 
1. http://www.lifesitenews.com/news/new-fox-comedy-breaks-moral-compass-includes-children-in-sexual-gender-conf 
2. http://www.tfp.org/act/petition/tell-fox-stop-promoting-transgenderism-cancel-mick-now/