14 de julho de 2013

Um Pastor que não se converteu em lobo, como muitos de seus pares

Dom Rossi Keller com o báculo — símbolo do Pastor (o bispo) com a missão de ser o guia espiritual das ovelhas (os fiéis) de uma diocese

Em nosso post do dia 11 p.p. [Chegou a hora da presidente Dilma Roussef comprovar a sinceridade (ou não) da palavra dada] fizemos a seguinte lamentação: 

“Vemos que enquanto o Brasil, "gigante pela própria natureza", parece acordar com manifestações pipocando de norte a sul do País, a CNBB parece dormir “deitada eternamente". Até o momento não vi nenhuma reação por parte dos senhores bispos da Conferência Episcopal em manifestações contra tal PL, que, se sancionado pela Presidente, será culpado pelo sangue de mais inocentes executados ainda no ventre materno”. 

Mas hoje tive a alegria de tomar conhecimento de que pelo menos um Bispo, Dom Antonio Carlos Rossi Keller (Bispo de Frederico Westphalen – RS) tomou uma bela posição contra o Projeto de Lei 3/2013, que — aprovado pelo Congresso Nacional no dia 4 p.p. — encontra-se presentemente sobre a mesa da Presidente Dilma Rousseff para ser sancionado ou vetado. 

A tomada de posição de Dom Antonio Keller foi por meio de uma Nota Pastoral (segue abaixo) lançada neste domingo e que me apresso em propagar para conhecimento de nossos leitores, bem como para incentivar outros Prelados a também se manifestarem contra tal projeto que, se aprovado pela Presidente, ampliará ainda mais a prática do aborto no Brasil.

Brasão de Dom Antonio Keller
NOTA PASTORAL 
A respeito do PLC 3 de 2013 


Irmãos e irmãs, Diocesanos de Frederico Westphalen e demais católicos e pessoas de boa vontade. 

Com amargura na alma, mais uma vez, vejo-me obrigado a escrever uma Nota Pastoral em relação à questão do aborto e à sua implantação no Brasil. 

No último dia 4, alavancado pelo apoio e pressão do PT e de seus aliados, o Congresso Nacional enviou para a sanção da Presidente da República, o PLC n. 3, de 2013. Tal Projeto foi aprovado em regime de urgência, ou seja, sem dar o devido tempo exigido pela gravidade da proposta para que os Congressistas pudessem analisar e principalmente, escutar a sociedade civil, em relação ao texto em questão. 

Os defensores da implantação do aborto no Brasil usaram uma estratégia muito bem preparada: sabendo que jamais passaria pelo Congresso algum tipo de projeto que diretamente permitisse a implantação do aborto, trocaram termos e palavras, sem contudo desviar um só milímetro de suas intenções: o puro e simples encaminhamento para a aprovação do aborto de fato. 

O artigo 1º do Projeto que prevê o “atendimento emergencial integral” de vítimas de violência sexual é depois manipulado pelos abortistas no artigo 3, parágrafo 4, através de uma “profilaxia da gravidez”, que deve ser simplesmente entendida como a autorização para o aborto. 

Não se encontra, naturalmente no texto, a palavra“ aborto”. Mas as intenções são suficientemente claras: proporcionar aos profissionais da Medicina e do Direito a base legal para a realização pura e simples de abortos. Esta é e sempre foi a estratégia usada: fugir dos termos contundentes, mas implantar, de forma disfarçada a devida autorização para que se possa agir de acordo com a ideologia abortista. 

O resultado da aprovação deste Projeto de Lei já é conhecido… este é o objetivo da agenda abortista: o Executivo, sancionando a Lei, irá estabelecer as regulamentações e as normas técnicas que abrirão a estrada da implantação, na prática, do aborto. 

A estratégia é clara e, infelizmente, o Congresso brasileiro entrou, como se costuma dizer, “na jogada” aprovando e encaminhando um projeto destes para a sanção da Presidente da República. Tudo muito bem preparado, estudado e levado a efeito sem a devida discussão e sem a necessária participação da sociedade brasileira como tal, que sabidamente é em sua grande maioria, contrária à implantação do aborto. 

O aparente respeito à legalidade que tal encaminhamento deste iníquo projeto de lei possa estar seguindo tropeça em uma única e definitiva verdade, como nos diz o Papa João Paulo II, na Evangelium Vitae: “Reivindicar o direito ao aborto, ao infanticídio, à eutanásia, e reconhecê-lo legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade“. 

É bom que exista uma legislação adequada ao atendimento humano de mulheres vitimas de violência sexual, no Brasil. O que não podemos jamais admitir é que entre os possíveis encaminhamentos, permita-se o aborto. Isto é inaceitável! 

Assim sendo, venho, através desta Nota Pastoral expor esta dramática situação aos diocesanos da Igreja Particular de Frederico Westphalen e às pessoas de boa vontade, que acreditam e defendem o valor da vida humana desde a sua natural concepção até seu fim natural, e pedir, fundamentalmente, duas coisas: 

1. Orações intensas, suplicando ao Senhor da vida, que possa salvar-nos desta chaga horrorosa que é o aborto; 

2. A firme manifestação contra a sanção deste Projeto de Lei, fazendo telefonemas ou enviando fax para o Gabinete da Exma Sra. Presidente da República que, como todos lembramos, na Campanha eleitoral, vendo que poderia perder a eleição, comprometeu-se publicamente, junto a diversos líderes religiosos e perante a Nação, a não permitir, durante seu governo, a implantação de nenhuma forma de aborto, no Brasil. 

Os contatos são os seguintes: 
Telefones: (61) 3411.1200 (61) 3411.1201
Fax: (61) 3411.2222 

Desejando a todos a Paz e o Bem que vem de Deus, os abençoo no Senhor. 
Frederico Westphalen, 14 de julho de 2013.
XV Domingo Comum C 
+ Antonio Carlos Rossi Keller 
Bispo de Frederico Westphalen

2 comentários:

dimitrieagle disse...

Que Nosso Senhor Jesus Cristo, pela intercessão de Nossa Senhora abençoe e dê forças à Sua Excelência para seguir nessa valorosa e exemplar atitude. Como seria consolador se essa atitude viesse da Santa Sé! Afinal seriam palavras apropriadíssimas para o Pastor dos Pastores.

Anônimo disse...

Que o Santo Padre, o Papa Francisco, através do pedido feito pelos brasileiros contrários ao aborto, leve à presidente Dilma um veemente pedido para que vete totalmente o PLC 3/2013. Nossa Senhora Aparecida, livre o Brasil dessa maldição.